quarta-feira, 11 de maio de 2016

LÍRIO AZUL,Ailezz (Maria Zélia Silva Rocha)

LÍRIO AZUL,Ailezz (Maria Zélia Silva Rocha),J. Andrade,páginas:137,Isbn: 978-85-60075-85-0



Zélia é artista plástica, escritora e ligada aos movimentos culturais da cidade. Sempre a encontrava na Roda de Leitura da Biblioteca Epifânio Dória, duas terças feiras no mês, quando a Roda ainda rodava. Com a ida da professora Maruze para a biblioteca Clodomir Silva, Rosineide Santana, a parceira na Epifânio, mudou a estratégia, foi às escolas ensinar a ler.

Já tive o prazer de ler outro livro de Zélia, “Tomates Cereja”, que explora o lado bom da vida. Esse “Lírio Azul” anda no mesmo rumo. Há livros amargos demais, fazem os leitores acabrunharem-se, entrarem em depressão. Pelo menos os leitores sensíveis que têm alma à flor da pele. Penso que eles são necessários, mas livros doces, como os de Zélia, são indispensáveis, fazem muito bem. Precisamos sonhar, para valer a pena viver.

Deus me livre de pesadelos!

A história é trivial, não traz nada fora dos ingredientes padrões, mas agrada, emociona. Há momentos em que toca o coração, provoca lágrimas. Devagar, serena, a autora vai armando sua trama e semeia toda paz que quer. Como é bom perceber que a vida pode ser boa e que as coisas podem dar certo, mesmo que seja, apenas, nos livros de Zélia.

Para turvar esse clima quase angelical, a filha do casal (Paulo e Clara) nasceu cega, um defeito genético irreversível.  “Mas não é só com os olhos que podemos ver; com o coração também vemos e sentimos a grandeza de Deus”.

Lembrei-me agora de outra frase que me causou impacto quando a li em algum lugar que não me lembro mais: “Quando Deus permite que uma porta se feche (os dois olhos, por exemplo), abre infinitas portas para compensar e até sobrar.” Assim, a troca fica muito vantajosa. Por que se revoltar se uma chance vai-se? Deus lhe favorecerá com muitas outras, basta confiar.  

Talvez a escrita fosse outra, mas a ideia transmitida era essa. Dizer mais o quê?


Nota de leitura: LÍRIO AZUL, Ailezz (Maria Zélia Silva Rocha), 137 p – Um curto romance de enredo agradável. Há momentos que toca o coração do leitor, forçando-o a enxugar as lágrimas.  Devagar, serena, a história flui.  Como é bom perceber que a vida pode ser boa e que as coisas podem dar certo.  Ailezz já publicou outro romance, “Tomates Cereja”, que segue o mesmo padrão, e gostei muito de ler a ambos.


(Publicada na revista Perfil, ano 17 número 2)

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