A GAROTA NA TEIA DE ARANHA, Millenium 4, David Lagercrantz,
1.edição, São Paulo, tradução de Fernanda S. Akesson e Guilherme Braga, isn
978-85-35-92-6101.
As grandes multinacionais envolvidas no escândalo (roubo de tecnologia
e assassinatos) têm suas ações desvalorizadas na bolsa, provocando uma
quebradeira em cadeia.
Ove Levin, o dono do grupo norueguês Serner, que monopolizava
a área de comunicação nesta parte do mundo, “foi ver, naquela manhã, como
andavam suas ações. Costumava ser um bom estimulo para as manhãs de ressaca.
Pegou o celular a acessou sua conta bancária e, a princípio, não entendeu nada,
estava zerada. Suas ações haviam sofrido uma queda impressionante. A participação
da Solifon (conglomerado foco da reportagem) havia quase desaparecido...
A reportagem da Milenium ocupou mais de 30 páginas e foi manchete
em todas as revistas sérias do mundo. A mídia em geral não tinha outro assunto a não
ser a história do cientista Frans Balder e de seu filho August, autista, depois
diagnosticado como savant (ilha de genialidade).
August, menino de oito anos, presencia o assassinato do pai. Apesar de suas limitações, encontra uma maneira de se vingar.
A
reportagem vasculha o novo mundo da vigilância e da espionagem, em que as
marcas que delimitam a fronteira entre o legal e o ilegal se apagaram. Os repórteres
investigativos, tendo à frente Mikael, se envolvem numa perigosa trama internacional,
enfrentam assassinos, hackes, espiões. E usam, eventualmente, as mesmas armas
dos criminosos, como o hackeamento de bancos de dados, especialidade da espetacular
Lisbeth Salander.
Sim, ela mesma, Salander. Efetiva, invencível, impiedosa.
“Uma heroína diferente de todas as outras. O clímax é um
festim sangrento” (conforme The Times).
E sua irmã gêmea, a bela e má Camile, vem da Rússia tenebrosa
onde manobra a triste herança do pai, que usurpou. Mas não é desta vez que uma
das irmãs vai eliminar a outra. Camile perde a batalha e some na escuridão para
reorganizar sua tropa e talvez retornar outro dia.
Ufa! Haja fôlego!
Um romance do mesmo nível dos anteriores escritos pelo criador
da série, Stieg Larson. Foi bom demais o ler, pois eu andava dispersivo,
abandonando livros nas páginas iniciais e já achando que a culpa era minha. Li
as 484 páginas de “A Garota na Teia de Aranha” de um fôlego só.
xxx
Este é o primeiro livro da série Milenium em que o autor não
é mais Stieg Larson, falecido quando concluiu a primeira trilogia, composta
pelos excelentes romances: “Os homens que não amavam as mulheres”, “A menina
que brincava com fogo” e “A rainha do castelo de ar”(Fiz uma resenha deste em fevereiro
de 2010, e que consta deste Blog).
“A Garota na teia de aranha” é de autoria de David Lagercrantz, jornalista sueco, autor de diversos romances. E já publicou mais dois romances da série (vou correndo à Estante Virtual comprar, pois quero ler também): “O Homem que buscava sua sombra” e “A Garota marcada para morrer“.
A meu ver, David substitui Stieg a contento.