ROVERANDOM, J.R.R. Tolkien, 2013,
Martins, Fontes, 2 edição, isbn 778-85-7827-776-5
Em Roverandom (que Tolkien deixou
praticamente pronto) não aparecem Michael ou Christhopher, os filhos líderes
que organizaram Silmarillion. O trabalho de criar mais uma fábrica de dólares
coube a Christina Scull e Wayne Hammond. O que não falta no mundo é
especialista em Tolkein, capaz até de produzir um romance "autêntico" sem consultar
rascunhos ou rabiscos, que não foi o caso dos dois livros citados.
Rover é um cãozinho que deu azar
de atacar o mago Artaxerxes, que passava pela rua, e sofreu as consequências. O
mago queria apenas pegar a bola que escapou das patas do cãozinho para
devolvê-la na forma de um pedaço de carne ou de um osso. Mas a boa intenção não
foi percebida e o cãozinho mordeu a perna do mago, rasgando a perna da calça. O
Mago jogou-lhe um feitiço e Rover foi transformado num brinquedo, um bibelot de
mesa, um totó, com movimentos restritos demais. “Conseguia se mover só um
pouquinho, mesmo estando escondido e sem ninguém vendo.”
Daí à uma loja de brinquedos foi
um nada. Uma senhora comprou logo no primeiro dia de vitrine e o deu de
presente a um filho, o segundo.
O menino vai passear na praia e, correndo com o irmão, deixa cair do bolso, na areia que afunda, o cãozinho que tentava fugir mesmo. O cãozinho vibra, ganhou a liberdade. Mas, a seguir, chora de tristeza, não havia ninguém na praia a não ser as gaivotas e montes enormes de área solta.
O menino vai passear na praia e, correndo com o irmão, deixa cair do bolso, na areia que afunda, o cãozinho que tentava fugir mesmo. O cãozinho vibra, ganhou a liberdade. Mas, a seguir, chora de tristeza, não havia ninguém na praia a não ser as gaivotas e montes enormes de área solta.
Então, esbarra com outro mago, o
feiticeiro Psamatos, aquele que vive sob a areia, mostrando apenas um
gravetinho, que é exatamente a ponta de uma de suas longas orelhas. Psamatos
tenta retirar a magia e devolver o tamanho natural ao cãozinho, mas não
consegue. Artaxerxes, dessa vez, exagerou na porção aplicada.
E Psamatos manda o cãozinho ao
mundo da lua nas costas da gaivota, Mew, onde fica sob a guarda do
homem-da-lua, para esquecer a desdita por um tempo. E mais tarde, o envia ao
fundo do mar, nas costas da baleia branca, Uin, em busca do mago que reduziu o
pobrezinho àquela insignificância.
Em um e outro mundo, o cãozinho
vive uma grande aventura, que demora anos e anos, um livro inteiro, não apenas
um livro infantil, mas um romance de fantasia que adulto ler com gosto.
No mar, a última etapa, encontra
o mago Artaxerxes, que desfruta mordomia por ter casado com uma das muitas
filhas do Rei do Mar, uma sereia. Rover pede ao mago oque lhe retire o feitiço,
implora. Mas Artexerxes é quase um vice-rei e enrola o cãozinho, nega-se
desfazer a magia, alega estar ocupado, irritado, sem vontade.
Até o dia em que Roverandom morde
o rabo da serpente marinha e provoca um cataclismo. A culpa cai sobre
Artaxerxes que deveria aplicar magia e controlar a ira da serpente.
Depois que a serpente quase acaba
com o fundo do mar, Artaxerxes fica desacreditado. O povo marinho clama e o rei
expulsa-o. O mago arruma sua trouxa, queima os excedentes, joga no quintal da
casa o que não consegue queimar. Isso provocará uma desgraça sem tamanho mais
tarde. Roverandom mete-se na comitiva em fuga. Outra vez, a baleia Uin, que os trouxera
ao fundo do mar tempos atrás, deixa-os em terra firme, agora.
Sem poder e sem equipamentos,
Artaxerxes aceita reverter a magia. Mas precisa de uma varinha que não sabe
onde socou, ou melhor, julga tê-la jogado no quintal quando foi desaguado pelo
Rei do Mar.
A varinha apareceu nas mãos da
esposa de Artaxerxes, que recolheu e guardou, para si, alguns souvenirs.
Roverandom volta e ser um cão de tamanho normal. E retorna à casa de sua dona original. Coincidência: ela é a avó do menino que perdeu o presente (o cãozinho reduzido) na areia da praia. Final feliz.
Roverandom volta e ser um cão de tamanho normal. E retorna à casa de sua dona original. Coincidência: ela é a avó do menino que perdeu o presente (o cãozinho reduzido) na areia da praia. Final feliz.
(Aracaju, 26 de fevereiro de
2019, Antônio FJ Saracura)
Obs: A palavra Rover quer dizer, explorador. Random – errante, a esmo, ao acaso.
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