segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

O HOMEM MEU PAI, Maria Terezinha Silveira Dias da Silva,



O HOMEM MEU PAI, Maria Terezinha Silveira Dias da Silva, Infographics, 2010, páginas: 112, formato: 21 x 15 sem isbn





O livro narra a saga de uma família comandada por um rude patriarca (O Homem) e que produziu cidadãos de muito valor, meus conhecidos, donos de uma revista de grande circulação no Estado (Perfil) e de uma gráfica (Infographics) aqui de Aracaju (Honorino Júnior, Antônio Luiz Dias, Karina e Márcio Gibson).




Nunca mais esqueceremos do Sítio Felicidade (que conheci em uma visita rápida) no povoado Pimenteira, e também da bodega de seu Dias, e até da maneira singular do amansamento do cavalo passarinheiro, chamado “Mussuripe”. O sangue bárbaro de Frei Paulo esquentando a poética e dengosa Boquinha da Mata.

Estes livros singelos que tratam de famílias são antológicos. Especialmente os que contam a história de famílias sem pompa. Mesmo escritos ao correr da pena, sem rebuscamentos literários. Principalmente por isso. Eles resgatam memórias que se perderiam definitivamente. Os descendentes, que certamente serão muito mais ilustrados e exigentes, não saberiam de suas raízes e sentiriam falta disso.

Um povo sem memória não chega a ser um povo. Uma família também!

O Homem meu Pai é bom para a família, para Boquim, para leitores como eu (que talvez existam muitos) que se embevecem com as histórias de famílias dos povoados remotos. Bom demais para a cultura do País. Sem alardes, ela está mais rica por causa deles. Assim como este, há circulando outras pérolas por aí. Cito algumas das que passaram pelos meus olhos: Meu Cobertor de Lã, de Benjamim Fontes e que também acontece em Boquim; Memórias em Retalhos, de Perolina Bensabath, rico e bonito; Meu Nome é Marleide Monteiro, da própria, conta a vida dessa ceboleira vitoriosa; Procurando o Pequeno Príncipe, de Carlos Leite, maravilhosas crônicas de infância. Peço vênia para incluir também um livro de minha autoria, Os Tabaréus do Sítio Saracura, que anda pela mesma estrada de Esse Homem meu Pai, com personagens muito parecidos, e com similar barbárie, quem sabe se não por causa da mesma origem, gestada na velha Itabaiana Grande.

(Publicada na Perfil 14/02)
Antônio Saracura, Aracaju, abril de 2013, revisão em dezembro 2017



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