INVENÇÃO DE HUGO CABRET,
Brian Selznick, Isbn: 978-85-7675203-5
Um livro com 530 páginas
que li em duas horas. Boa parte do calhamaço é ocupado por desenhos, feitos
pelo próprio autor. É, então, uma história mista em quadrinhos e prosa.
E é muito interessante.
O enredo é
descomplicado, apenas um menino (Hugo Cabret) age como personagem principal.
Com a morte do pai, que
era o relojoeiro e trabalhava em um museu da estação de trem em Paris (Gare Montparnasse,), onde também morava, um tio alcoólatra
assume a função e a guarda do menino. Ensina-o a manter o grande
relógio e sentir a responsabilidade em fazê-lo. E desaparece.
O menino leva uma vida dura
e clandestina. A estação não se dá conta de sua função de relojoeiro e o
persegue. Mas ele é esperto. Acidentalmente localiza a sucata de um robô e dedica-se,
nas horas vagas, a reconstruí-lo. Usa peças soltas e outras que rouba em uma
loja de brinquedos.
Para sobreviver rouba também
leite e suprimentos.
O dono da loja de
brinquedos o pega e lhe esvazia os bolsos. Para surpresa, encontra as peças roubadas
e um caderno com desenho de um robô no qual há o esquema técnico de
funcionamento do mesmo. Georges (o dono
da loja) é um cineasta do passado que vive no anonimato voluntário: é diretor de
mais de oitenta filmes de ficção científica. Um mito que o mundo culto acha que
morreu mas busca incessante a obra perdida.
Há uma sobrinha de Georges que agora forma o
par romântico do livro. Essencial tempero à qualquer história.
Há sempre a ameaça
constante do chefe da estação que quer levar o menino misterioso ao orfanato; a
perseguição sem trégua da megera que teve seu leite roubado.
Acho que o livro foi
escrito com a intenção de ser transformado em filme. É um roteiro pronto, além
de tratar (plano secundário) de uma lenda do cinema “morto”, o dono da loja de
brinquedos (Georges Méliès, autor do filme "Viagem à Lua").
O autômato (robô) finalmente
funciona e imprime desenho assinando-o com a letra de Georges. Novos
personagens aparecem. Um escritor obsecado por cinema e por Méliés faz revelações
sobre o mito.
Há ainda muito mais que
o leitor pode conferir até no filme lançado em 2012 do diretor Martin Scorcese,
e que ganhou cinco Oscars.
(Aracaju, junho de
2012, refeito em janeiro de 2018)
LI n\ ASL em 2020
ResponderExcluirLi na ASL em 2020
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