NOS BAILES DA VIDA, organização de
Claudefranklin Monteiro e Assuero Cardoso, 72p, J. Andrade, 2013, sem isbn.
Estive no lançamento do livro “Nos
Bailes da Vida”, em Lagarto. Uma festa no Rorary Clube na noite do dia 16 de
dezembro de 2013. Uma homenagem aos cinquenta anos de atuação do conjunto “Los
Guaranis” que ainda hoje, 2020, existe e toca pelo Brasil à sombra da fama que
angariou na longa estrada, e ainda pela qualidade insuperável.
O livro foi organizado por Claudefranklin
Monteiro (uma usina de cultura) e Assuero Cardoso (um poeta que encanta) e
consta de textos de importantes intelectuais lagartenses, como Deijaniro Jonas
Filho, Euler Ferreira, Emerson da Silva Carvalho, Joaquim Prata Souza, Russel
Barroso e muitos outros. Tive a chance de me sentar junto de Queimadinho, um
dos músicos, e lhe perguntei o porquê do singular apelido. “Fui queimado no
incêndio do padaria de um itabaianenses, tio de Gentill Barbosa. Eu era
funcionário. Escapei por sorte, outros não conseguiram.“
Um caso raro aconteceu na festa,
me deram a palavra. Sou pouco falador. Disse meia dúzia de palavras, que depois
consegui recordar.
“Na minha juventude recebi o
convite para um baile com a banda Los Guaranis. Achei que se tratava de uma
banda do exterior, talvez do Uruguai ou Argentina. Fui ao baile e fiquei inebriado.
Até comentei com meus botões: que bom seria que no Brasil houvesse uma banda
assim tão boa! Logo depois, fiquei sabendo que “Los Guaranis” era de Lagarto,
em Sergipe. Meu queixo caiu. E Lagarto, a rixa de Itabaiana, cresceu no meu
conceito. Deveria ser uma cidade espetacular. E comecei a pensar em conhecê-la”.
“Nos Bailes da Vida” é um ótimo
livro. Pequeno, útil, eficaz. Conta, com depoimentos, a história heroica desse
conjunto glorioso e a magia que produziu nos conterrâneos, especialmente nas
crianças, como nas plateias que tiveram a chance de ouvi-la. E nesse último
segmento, a magia, a crônica de Anselmo Vidal de Oliveira (como escreve bem!), “O
Som, o sol e o cheiro”, parece um filme de Antonioni. Outras não ficam atrás.
(por Antônio Saracura, em 26 de
novembro de 2013)
Nenhum comentário:
Postar um comentário