ESSA TERRA, Antônio Torres, Best Bolso, 2008, Isbn:
978-85-7799-104-4, Romance Brasileiro
Eu conheci Antônio Torres através do livro “Meu Querido
Canibal” e me apaixonei pela sua prosa fácil, engraçada, épica. Era (e ainda sou) fã de “Como Era Gostoso o meu Francês”, filme de Nelson Pereira dos
Santos, e comecei a misturar os duas obras. Trocar os nomes, já que ambos, mesmo tratando de histórias diferentes, falavam de nossos índios de uma maneira cativante. Ainda bem que o livro de Antônio Torres permaneceu
em minha estante; então, eu corria lá e me esclarecia quem era quem.
Acabei de ler “Essa Terra”, escrito antes de “Meu Querido Canibal” e que a crítica diz ser a melhor obra de Antônio Torres, junto com outros dois (que não li), e os três formam uma trilogia muito badalada. "Essa Terra" foi traduzido em vários idiomas, e é sucesso na Alemanha, França Itália, Holanda e Inglaterra, para citar alguns apenas. É considerado um dos romances mais marcantes da literatura brasileira contemporânea.
Estive perdido entre as idas e vindas,
entre pedaços bons e outros sem nexo nenhum para mim. Sofri com um povo derrotado, onde as rotas de fuga sempre são inviáveis.
A má sorte viceja. Desgraça, pobreza cinematográfica, avareza, deslealdade, desamor
à terra, suicídio, fundo do poço; fiquei prostrado! Totonhim fez em frangalhos a
bandeira do sonhador que desfraldo.
Li outro livro (este não pude concluir), tempo depois,
chamado ‘Betume’, de autoria de Rogério Santos (?, não disponho mais do exemplar),
que também me deixou prostrado. E é ovacionado por aí.
Não questiono a qualidade dos frascos (a arte
da escrita, que em "Essa Terra" é irretocável), mas a maldade do veneno (o enredo, a
mensagem, a aura que traz). Esse veneno não me faz bem nenhum. Por
exclusiva culpa de meu imo complicado mesmo.
Eu sei que é ficção, mas não acredito e sofro.
(Aracaju, 26 de novembro de 2011, Antônio FJ Saracura, atualizada para o blog em
abril de 2020)
(*) A referência a Sergipe, de onde veio parte dos
habitantes do Junco (sobrenomes Cruz), não transmite qualquer simpatia aos sergipanos,
que é um povo lutador e vencedor (digo por mim).
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