sábado, 11 de abril de 2020

ESSA TERRA, Antônio Torres


ESSA TERRA, Antônio Torres, Best Bolso, 2008, Isbn: 978-85-7799-104-4, Romance Brasileiro



Eu conheci Antônio Torres através do livro “Meu Querido Canibal” e me apaixonei pela sua prosa fácil, engraçada, épica. Era (e ainda sou) fã  de “Como Era Gostoso o meu Francês”, filme de Nelson Pereira dos Santos, e comecei a misturar os duas obras.  Trocar os nomes, já que ambos, mesmo tratando de histórias diferentes, falavam de nossos índios de uma maneira cativante. Ainda bem que o livro de Antônio Torres permaneceu em minha estante; então, eu corria lá e me esclarecia quem era quem.


Antônio Torres é membro da Academia Brasileira de Letras. Nasceu em Sátiro Dias, Bahia, que antes era chamada Junco. E esse Junco, cenário de “Essa Terra”, tem a ver com Sergipe, pelo que já li. Famílias sergipanas se mudaram para a região para trabalhar na cultura de sisal (?), a coqueluche (relâmpago) de uma época. A cultura fracassou e as famílias demoraram por lá um pouco mais e se integraram(*).  





Acabei de ler “Essa Terra”, escrito antes de “Meu Querido Canibal” e que a crítica diz ser a melhor obra de Antônio Torres, junto com outros dois (que não li), e os três formam uma trilogia muito badalada. "Essa Terra" foi traduzido em vários idiomas, e é sucesso na Alemanha, França Itália, Holanda e Inglaterra, para citar alguns apenas. É considerado um dos romances mais marcantes da literatura brasileira contemporânea.

Estive perdido entre as idas e vindas, entre pedaços bons e outros sem nexo nenhum para mim. Sofri com um povo derrotado, onde as rotas de fuga sempre são inviáveis. A má sorte viceja. Desgraça, pobreza cinematográfica, avareza, deslealdade, desamor à terra, suicídio, fundo do poço; fiquei prostrado! Totonhim fez em frangalhos a bandeira do sonhador que desfraldo.  

Li outro livro (este não pude concluir), tempo depois, chamado ‘Betume’, de autoria de Rogério Santos (?, não disponho mais do exemplar), que também me deixou prostrado. E é ovacionado por aí.

Não questiono a qualidade dos frascos (a arte da escrita, que em "Essa Terra" é irretocável), mas a maldade do veneno (o enredo, a mensagem, a aura que traz). Esse veneno não me faz bem nenhum. Por exclusiva culpa de meu imo complicado mesmo.

Eu sei que é ficção, mas não acredito e sofro. 

(Aracaju, 26 de novembro de 2011, Antônio FJ Saracura, atualizada para o blog em abril de 2020)

(*) A referência a Sergipe, de onde veio parte dos habitantes do Junco (sobrenomes Cruz), não transmite qualquer simpatia aos sergipanos, que é um povo lutador e vencedor (digo por mim).


Nenhum comentário:

Postar um comentário