quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

ROMANCE DA PEDRA DO REINO, Ariano Suassuna

 

ROMANCE DA PEDRA DO REINO, Ariano Suassuna, edição: (Emprestado da biblioteca do Sesc, na Rua Dom José Thomaz, em Aracaju).




 

 

Os desvarios de Ariano Suassuna

Gaguejados assim: “diz... mas não diz...”

Em mais de setecentas folhas cheias

De estórias deste seu “reino” infeliz

 

E eu penso aqui comigo: Pouca gente

Conseguiu ler o livro após o meio...

Até os caras que elogiaram

Usaram no elogio chapéu alheio

 

Eu que sou um tremendo cdf

Li “Os Sertões” até a última linha...

Precisei saltar trechos nesse livro

Ao perceber que lia o que já tinha...

 

Acompanhei matreiro  o incansável

“Corregedor”. Também “Pedro”, o enrolado...

Pegando meia frase aqui e ali...

E achando que lia duplicado. 


É tanto  vai-e-vem que até um príncipe

Foi nomeado para endireitar

O príncipe agora está mordendo o rabo, 

Rodopiando sem poder parar 

 

Mas, por fim, boto a culpa em quem merece,

Que não é o brilhante escritor,

Sou eu mesmo e, por causa de burrice,

Não me coube entender o que narrou.

 

(Aracaju, fevereiro de 2010, Antônio FJ Saracura, recuperada em fevereiro de 2021, revisão em setembro de 2023).


30/03/2012 / ANDREIA SANTANA, EM "MAR DE HISTÓRIAS":

Um romance para decifradores (O primeiro parágrafo):

 Romance d´A Pedra do Reino não é leitura para ser feita às carreiras. É livro de decifrar, de palmilhar página a página, em compasso de quem anda pelos descaminhos do sertão sob um sol abrasador. O estilo da obra de Ariano Suassuna é difícil de definir. Seria cordel, novela de cavalaria, autobiografia, exorcismo de um trauma passado, história de amor, de ódio e de sangue, epopeia em prosa? O próprio personagem principal, Dom Pedro Dinis Quaderna, nos dá a pista: é um castelo de sonho, “a obra máxima da raça brasileira”. Bem disse Raquel de Queiroz no prefácio, que ler livro escrito por um erudito é o diabo. Ou você eleva o pensamento ao nível do visionário e delirante Quaderna (e da genialidade de seu autor), ou deixará a leitura inacabada. É de delírios, miragens de deserto, de legenda e sonho que trata essa obra. Da grandeza do homem mesmo diante da mesquinharia da vida. ... (Leia inteira em:  no site) 



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