quarta-feira, 11 de novembro de 2015

O CRIME E OUTROS CONTOS, Antônio Virman




O CRIME E OUTROS CONTOS, Antônio Virman, isbn 978-85-67215-13-006, editora Perfil, 2015, 142 páginas.

Alguém havia me falado de um novo livro de Virman que trazia uma crônica sobre  Antônio Saracura (que sou eu). Tracei  um objetivo:  Encontrar e ler o livro inteiro, pois o que Virman escreve vale muito à pena.  Mas vivo inundado, afogando-me, pisando pouco na terra firme que busco incessante.

Minha cabeça lateja, querendo, precisando desocupar-se de fantasmas implicantes, de lembranças fugazes que não posso perder, de rimas perseguidas e que sinalizam amistosas disponíveis finalmente.  Preciso ler todos os lançamentos, os livros irresistíveis das  livrarias que me acompanham pidões,  jornais, revistas blogs... Eu sei que sou pouco demais para o que preciso dar conta. E nem adianta reclamar do criador, isso apenas  me deixaria mal visto por Ele, sem resolver a questão. Por que me atenderia  quando há filas de inesgotáveis pedidos e súplicas?

Por conta própria, talvez reconhecendo que preciso de ajuda, Deus hoje mandou-me  o livro de Virmam que eu queria tanto ler. Recebi um pacote de alguém que nem mais me lembro, um anjo talvez?  Para mim? Abri e estava lá “O Crime e Outros Contos”,  e, como se precisasse de mais, também outro livro “Crônicas sem Timidez” do mesmo autor, ambos editados este ano, ambos com uma dedicatória datada de 24/09/2015. Um mês atrás.  Obrigado, velho irmão sertanejo, da  Nossa Senhora Imperatriz dos Campos de Tobias Barreto.  Desígnios de Deus para satisfazer este pecador mal agradecido que nem vai às missas dos domingos.  Larguei tudo, e li (acabei agora), o Crime e outros Contos. Um livro de fácil leitura, onde o autor mistura memórias, homenagens, doutrinas, valores basilares de um povo, protestos, e libera grilos (revelados em sonhos) que sempre povoam a cabeça das pessoas. E lá página 33 estava uma pedra (uma pepita de ouro), de bandeira esvoaçante no seu topo, desfraldando as armas, não do condor (de Tobias Barreto e de Antônio Virmam), mas de uma singela  Saracura dos brejos cada vez mais raros pelo propalado aquecimento global.  Que ideia foi essa, Virman, de me incluir em  suas antológicas crônicas? São gestos assim que fazem o homem digno de Deus, como você é:  sair do império dos campos altos de Tobias Barreto, descer aos brejos de Itabaiana,  misturar-se com as saracuras de perna seca e, ainda mais, achar valor que mereça  reconhecer numa página eterna de um livro como “O Crime e Outros Contos”.
Certamente ganharei mais leitores por esse mundão a fora onde seu livro passar. 

Quem vai ler um autor do qual nunca ouviu falar? 

Quem deixará de ler um livro recomendado por Virman? 

(Aracaju, 11 de novembro de 2015, Antônio Saracura)


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