PROCURANDO O PEQUENO PRÍNCIPE, Carlos
Gomes de Carvalho Leite, Infographics, 2013, 120 páginas, sem isbn.
Ao visitar o professor Carlos
Leite para submeter trechos de meu livro que falava dele (Meninos que Não
Queriam ser Padres) dei-lhe de presente “Os Tabaréus do Sítio Saracura”, que
são memórias de meu tempo de menino nos rústicos sítios de Itabaiana. Uma
semana depois, retornei para pegar o seu “ok” ou “nok” e o encontrei com um
livrinho na mão, último exemplar (conforme me disse) guardado com desvelo para
um amigo que demorou demais a aparecer e estava ali à sua frente. Havia uma dedicatória desenhada com letra
tremida. Ele me entregou cheio de emoção:
— É para você, meu filho!
E, com jeito cúmplice,
acrescentou:
— Eu também publiquei um livro de
memórias.
Procurei o pequeno príncipe pela
Chapada dos Índios e pela Cepa Forte, andei com os Paiaiás pelas estradas de
areia de Sergipe menino, conversei com Canário, filho da cega Luiza, confessei
meus pecados ao Padre Aço (que nem me deu penitência). E sinhá Laura, meu Deus!
Quanta resignação! Peguei o trem da Leste e varei o mundo. Gostei demais.
O velho professor (“uma mãe”,
conforme digo lá no meu livro) acrescentou mais algumas crônicas ao acervo
anteriormente publicado e está nos dando, agora, em segunda edição, um presente
inestimável no seu aniversário de noventa anos (quando deveria receber). Um
livro como esse não poderia morrer na primeira edição.Tem que permanecer disponível
sempre, para ser lido pelos filhos da Chapada dos Índios (Cristinápolis) e da
Cepa Forte (Jandaíra-BA) e por todos nós que nos atiçamos com reminiscências de
nossa gente.
Depois da festa de aniversário em
família e da missa de Ação de Graças na Igreja de Nossa Senhoria Menina, onde
cada presente recebeu um exemplar, doutor Carlos mandou dezenas de exemplares
aos párocos de Cristinápolis e Jandaíra, para que os paroquianos das duas
cidades pudessem saborear também as histórias dos antepassados.
Eu fiquei encarregado de levar
exemplares às bibliotecas Clodomir Silva e Epifânio Dórea, ao Instituto
Histórico Geográfico e à Academia Sergipana de Letras.
Talvez o autor ainda disponha de
um ou dois, não dou certeza, caso você se interesse. (Publicada na revista “Perfil”
ano 16, número 03)
(Aracaju, dezembro de 2012, por Antônio FJ Saracura)
xxx
Nota:
A seguir, está a mensagem da família publicada nas Redes Sociais, em
janeiro de 2023, comemorando (em 20 de fevereiro de 2023) cem anos de vida do
escritor e advogado Carlos Gomes de Carvalho Leite, in memoriam.
ANO DO CENTENÁRIO DE CARLOS GOMES DE CARVALHO LEITE
Em
20 de fevereiro de 1923 nascia Carlos Gomes de Carvalho Leite, filho mais novo de Dr. Leonardo Gomes de Carvalho Leite e Dona Maria Delmira de Faria Leite.
Carlinhos como era chamado por seus irmãos nasceu e foi criado numa grande família, tão grande que já nascera tendo alguns sobrinhos e sobrinhas.
Como se dizia antigamente, foi a raspa do tacho, pois sua mãe já o teve com seus 44 anos de idade e seu pai às vésperas de completar 50 anos. Pois sim, o Dr. Leonardo Gomes de Carvalho Leite completa neste ano de 2023 os seu 150 anos, pois este nasceu aos idos dos anos de 1873.
Apesar de ser a raspa do tacho, teve uma vida mais duradoura que seus pais. Dona Marocas, como era conhecida sua mãe, morreu aos 60 anos e seu pai aos 80 anos, já o caçula da família chegou aos 94 anos, falecendo de em 2017.
Carlos Gomes de Carvalho Leite, Dr. Carlos para uns, Professor Carlos para outros ou simplesmente Carlinhos para muitos, foi uma criança feliz e essa felicidade está descrita em seu livro "Memórias de Infância", um adolescente responsável com suas obrigações e um homem digno, respeitoso e temente à Deus.
No pós guerra foi cursar direito na faculdade de direito em Maceió onde conheceu sua futura consorte.
Casou-se com D. Maria Luiza Lessa de Carvalho Leite com quem teve dois filhos, Luiz Leonardo Gomes de Carvalho Leite e Miguel Carlos Lessa de Carvalho Leite, convivendo com a esposa por quase 57 anos até o falecido desta em 2007.
Por onde passou foi respeitado e adorado por seus pares da justiça ou por seus alunos.
Depois de passar 10 anos longe de sua querida esposa na resistiu as saudades e atirou-se de volta aos braços da amada que o esperava saudosa na casa do Pai.
No momento de sua partida só lhe faltou o ar tão necessário para vida, uma simples parada cardiorrespiratória. Assim como Deus lhe deu Ele tirou.
De resto nada lhe faltou e nesse momento em que festejamos seu centenário, quero agradecer todo o carinho que os patentes lhe deram em vida, agradeço aos verdadeiros amigos, aos eternos alunos e por fim agradecer a alguns estranhos que cuidaram com dedicação e carinho nos seus últimos anos de vida, estranhos que marcaram sua passagem e que hoje consideramos parte da família.
Procurei não citar nomes para não ser ingrato com alguém.
Macia Cruz Cruz,
Simone Izabel,
Rui Carvalho,
Rosa Viana,
Antônio Saracura,
Cida Silva,
Sandra Noemi Linhares,
Janaina Linhares,
Aurea Vieira Castro,
Guilherme Leite Leite,
Jorge Leite,
Ribeiro Nunes
Alguns comentários na Rede Social:
Francisco Augusto Ramos (Morávamos nas mesmas pensões em Estância, quando ele era Promotor Público. A última foi a de Dona Iaiá Ralin. Devo-lhe favores que jamais terei com que pagar. Era meu conselheiro. Mas nem sempre seguia os seus nobres e leais ensinamentos).
Paulo Amado Oliveira (Grande homem! Bom e do bem).
Francisco Augusto Ramos (Paulo Amado Oliveira verdade. Tivemos sorte de convivermos com ele).
Paulo Fontes Fontes (Que bela estória! Os povos dignos e civilizados sempre reverenciaram os seus familiares e heróis. E mesmo aqueles simples cidadãos e cidadãs, de todas as épocas, merecem o nosso carinho e as nossas homenagens. Parabéns).
Ana Maria Medina (Grande homem, dotado de valores éticos e morais, muito caridoso, deixou saudades).
Francisco Augusto Ramos (Ana Maria Medina poucos procederam como foi o comportamento dele).
Francisco Augusto Ramos (Filho do Advogado que recebeu a carteira número 1 da OABSE, guardada hoje na Seccional como relíquia entregue pelo filho).
Ana Maria Medina (Concordo plenamente).
Antônio Saracura (Meu professor quando estudei no seminário e um dos personagens do romance que escrevi: "Meninos que não Queriam ser Padres". Grande amigo de todo seminarista e, especialmente, meu amigo da vida toda).
Como eu gostaria de ler este livro! Deve ser muito bom.
ResponderExcluirOlá! Sou de Cristinápolis/SE; Dr. Carlos e eu éramos muito amigos... e esse livro de memórias é o que mais reflete sobre minha terra.
ResponderExcluirTenho exemplares das duas edições,mas depois de muita pesquisa, sei onde podemos encontrar a 1ª edição. No Memorial - PortalWeb - MPSE
Esse livro é uma verdadeira fonte de memórias.
Att.Solange
Li esta resenha na ASL em 13 de fevereiro de 2023
ResponderExcluirpubliquei a resenha na Zona Sul 14 de fevereiro de 2023