domingo, 18 de outubro de 2020

NOS BAILES DA VIDA

 


NOS BAILES DA VIDA, organização de Claudefranklin Monteiro e Assuero Cardoso, 72p, J. Andrade, 2013, sem isbn.

Estive no lançamento do livro “Nos Bailes da Vida”, em Lagarto. Uma festa no Rorary Clube na noite do dia 16 de dezembro de 2013. Uma homenagem aos cinquenta anos de atuação do conjunto “Los Guaranis” que ainda hoje, 2020, existe e toca pelo Brasil à sombra da fama que angariou na longa estrada, e ainda pela qualidade insuperável.

O livro foi organizado por Claudefranklin Monteiro (uma usina de cultura) e Assuero Cardoso (um poeta que encanta) e consta de textos de importantes intelectuais lagartenses, como Deijaniro Jonas Filho, Euler Ferreira, Emerson da Silva Carvalho, Joaquim Prata Souza, Russel Barroso e muitos outros. Tive a chance de me sentar junto de Queimadinho, um dos músicos, e lhe perguntei o porquê do singular apelido. “Fui queimado no incêndio do padaria de um itabaianenses, tio de Gentill Barbosa. Eu era funcionário. Escapei por sorte, outros não conseguiram.“

Um caso raro aconteceu na festa, me deram a palavra. Sou pouco falador. Disse meia dúzia de palavras, que depois consegui recordar.

“Na minha juventude recebi o convite para um baile com a banda Los Guaranis. Achei que se tratava de uma banda do exterior, talvez do Uruguai ou Argentina. Fui ao baile e fiquei inebriado. Até comentei com meus botões: que bom seria que no Brasil houvesse uma banda assim tão boa! Logo depois, fiquei sabendo que “Los Guaranis” era de Lagarto, em Sergipe. Meu queixo caiu. E Lagarto, a rixa de Itabaiana, cresceu no meu conceito. Deveria ser uma cidade espetacular. E comecei a pensar em conhecê-la”.

“Nos Bailes da Vida” é um ótimo livro. Pequeno, útil, eficaz. Conta, com depoimentos, a história heroica desse conjunto glorioso e a magia que produziu nos conterrâneos, especialmente nas crianças, como nas plateias que tiveram a chance de ouvi-la. E nesse último segmento, a magia, a crônica de Anselmo Vidal de Oliveira (como escreve bem!), “O Som, o sol e o cheiro”, parece um filme de Antonioni. Outras não ficam atrás.

(por Antônio Saracura, em 26 de novembro de 2013)

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