ACONTECEU NO NATAL,Geri de Dante,Infographics,75
páginas,Isbn; 978-85-908541-1-1
Vez por outra nas minhas andanças
pela WEB um ser estranho, de nome não mnemônico, acena-me, de longe e, nas
vezes que se aproxima eu me afasto prudente.
Percebo-o grudento, que é melhor nem arriscar tocá-lo, sob pena de
depois não conseguir mais retirar-me de seu espaço.
O que acabo de dizer faz parte do
mundo dos sentimentos sutis, inconscientes, tratados por um sentido além do
sexto, talvez.
Nas minhas andanças pelo mundo
real, há duas semanas, fui ao colégio Roque em Campo do Brito, convidado pelo
professor Berg, para participar de um evento literário. Esse tipo de convite
dá-me a chance de divulgar os livros que publico e só os recuso quando não
consigo desmarcar outro compromisso. E
esse era irrecusável porque duas turmas
de colégio estavam há dois meses dissecando “Os Tabaréus do Sítio Saracura”,
sob a égide do professor citado, de quem me sinto eterno devedor.
Eu já conhecia o colégio. Mesmo
antes de ter passado uma manhã convencendo as duas turmas a investirem na
literatura que produzo. O colégio Roque acomodou minha seção eleitoral quando possuí
uma fazendola em Campo do Brito, a Saracura, no pé da serra de São José, do
lado de cá, num povoadozinho chamado Sariema. Vendi-a ao mecenas das artes Joaquim
Macedo. Sempre que passo em Campo do
Brito, está no meu caminho Itabaiana-Lagarto, vou tomar sorvete na praça da Boa
Hora, comprar bolachas volta-ao-mundo na
padaria do Posto, ou visitar dona Nininha e Tonho das Dores, antigos empregados
e a quem me liguei por laços indeléveis de amizade.
Senti-me em casa no evento
literário do Colégio Roque na tarde do último dia 22/08/2014.
Houve um poeta declamando poemas
de sua lavra que me encantaram. Houve um jovem aluno premiado (primeiro lugar)
em um concurso nacional de contos, patrocinado pela Prefeitura de Teresina,no
Piauí. Houve Flávio Passos, da UFS, que vem fazendo um profundo estudo sobre
“Os Tabaréus do Sítio Saracura” e me deixou todo concho. Houve um jovem
romancista, houve uma filha de Terra Vermelha (essa do Brito) que nos encantou
a todos com seus versos educativos, e houve Geri de Dante.
Ao dizer-me seu nome, Geri de
Dante, lembrei da web e me assustei. Nunca imaginei que Geri fosse um britense,
virasse lobisomem também. Achava que era
um vírus, um hacker, um chinês, um japonês kamikaze. Mas Geri estava ali na minha frente presenteando-me
com “Aconteceu no Natal”, que retribuí com “Meninos que não Queiram ser
Padres”, o romance que está se esgotando, mas era o que ele queria.
Geri de Dante fez uma
apresentação em espanhol, e, de novo, acendeu em mim o medo sentido na WEB.
Eu trouxe “Aconteceu no Natal” para
casa e agora a pouco acabei de ler. Ainda estou enxugando as lágrimas e disfarçando
para que minha esposa não me tire o pelo. Ela acha que eu choro demais! Deixe
ela ler!
“Aconteceu no Natal” é uma peça
teatral infanto-juvenil, de pouco mais de meia hora de leitura. Mas o autor
cria o clima real, faz de seus personagens gente viva, e toca fundo na alma do
leitor. “Por alguns momentos não parecia que eu estava lendo, mas assistindo a
um filme”, como escreveu Thiago de Souza Leite, de 16 anos, na contracapa do
livro. Nunca mais vou tentar fugir de Geri Dante, pois seu livro foi um bom
companheiro, escrito em português, real.
(Escrita em algum dia, dois antes
de hoje 17/07/2016)
Obrigado... Suas palavras soaram-me como um bálsamo!
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