sexta-feira, 17 de junho de 2022

ESQUINA DO ARCO-ÍRIS, Jilberto Oliveira

 

ESQUINA DO ARCO-ÍRIS, Jilberto Oliveira, 2022,Artner, 191 páginas, Isbn 078-65-88562-75-8

 


 

Jilberto Oliveira vive em Malhador, é professor e passou boa parte de sua vida em São Paulo, migrante, aposentou-se como bancário. Ele conta essa epopeia em “Trilhas do Cipoal” (2021), romance biográfico (penso que é) que li e gostei. Trilhas é rico de memórias tanto sobre Jilberto moleque na zona rural de Malhador como sobre o profissional de sucesso  na capital paulista.


Rapidinho, Jilberto lançou novo livro, outro romance também biográfico (ele vai negar, porque nem tudo são memórias particulares), “Esquina do Arco-Íris” (2022). Um broto de Trilhas a meu ver, pois nasce em um momento daquele e explora e estende aspectos do mesmo contexto.


De uma vida aguerrida e bem documentada na memória (lembranças) ou em anotações (diários) pode nascer uma coleção inteira de livros. 


Ouvi, outro dia, em entrevista dada ao professor Carlos Alexandre, em canal de Youtube, o professor Jilberto dizer que está finalizando novo livro, este de crônicas, e que sairá em 2023.


Só tenho que louvar mais um parceiro efetivo nessa missão de acender luzes sobre os costumes e história de nosso povo esquecido e um tanto menosprezado até por ele mesmo.


“Esquina do Arco-íris” é um livro leve, construído ao correr da pena, notadamente até o capítulo XI (página 53), quando se limita a seguir os passos do narrador em aeroportos, na cidade, em contatos sociais... Inocentemente. Eu louco atrás da brasa escondida que não conseguia identificar.

Então, dona Jô expõe suas intimidades de um modo não usual. Era o ninho a serpente se bulindo, e foi. Aparecia o necessário visgo condutor, sinal evidente de que valia a pena seguir em frente na leitura do romance. E até o final do livro, mesmo no tempo em que a heroína hiberna (mas age em volta com esperteza) quando acontecem os namoros menos tórridos (nem precisava haver namoros), há no ar uma trovoadas se armando. 

E acontece o golpe fatal, que faz o final do romance espetacular, se bem que esperado, mas nem por isso menos.

Dona Jô é o sol que esquenta “Esquina do Arco-Íris” e é quem fica como marca indelével desse saudável romance de Jilberto Oliveira, que tem fôlego e jeito para produzir literatura útil.

Que venham novos livros!


(por Antônio FJ Saracura, em 16 de junho de 2022)

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