domingo, 7 de janeiro de 2018

A RELÍQUIA, Maria Lígia Madureira Pina

A RELÍQUIA, Maria Lígia Madureira Pina,Infographics, 2008, 188 páginas,sem isbn



Faz gosto ouvir a professora Lígia Pina nas sessões da Academia Sergipana de Letras, falando das personalidades sergipanas, muitas delas amigas de sua família ou dela própria. Os seus apartes são claros, conclusivos, satisfatórios. Os poemas, quando os recita, emocionam.

Posso dizer orgulhoso que a conheço pessoalmente, que convivo com essa ilustre sergipana. Sou um dos penetras às reuniões da Academia das segundas-feiras, sempre que posso.

(Não achei, agora,  o livro para digitalizar
a capa. Alguém tomou emprestado)


Sinto-me envaidecido porque a professora Lígia (como gosta de ser nomeada) leu meus livros, especialmente “Tambores da Terra Vermelha” sobre o qual produziu uma resenha espetacular publicada em revista.

Os contos de Lígia parecem com os meus contos, são frutos de sua vida, testemunhos de seu dia à dia, em sua maioria. Livro de fácil leitura porque prende o leitor e o enriquece. Contos curtos mas densos. Sempre há uma lição, mesmo implícita.

As crônicas tratam da caminhada do Brasil e os infelizes percalços. Tratam de mulheres as quais Lígia dedicou muito de seu tempo, haja viso o seu livro “A Mulher na História”, um clássico. Tratam da fundação de uma arcádia composta apenas de mulheres “A Academia Literária de Vida”, entre as quais: Hermínia Caldas, Cléa Brandão, Josefina Cardoso, Adelci Figueiredo...Lígia é a presidente.
Há crônicas falando de nossos intelectuais: Rosa Faria aparece com sua monumental obra de artista plástica, escritora, professora, além de empresária; Carlos Brito com “A Pele do Ar”, é preciso muita sensibilidade para ver, sentir, cheirar e acariciar a pele do ar; José Sergival da Silva, e o seu livro Sementear, onde o cantor de forró mostra-se um poeta repleto de vida, fantasia e sonho; Eduardo Garcia (A Fresta): “Oh! Grande maldade /A lágrima / que desde menino / no faminto rosto escorre, / traz a limpidez da verdade”; Núbia Marques, em “Mulher Forte, quem a Encontrará”: “Não sendo eu / posso morrer na madrugada / tendo nos lábios a rosa / e nos olhos / a última estrela da noite”;
Wagner Ribeiro fecha com chave de ouro e o cantar de Ariadne cheio de encantos da mitologia grega.

Antônio Saracura, Aracaju 11 de maio de 2014. Revisão em janeiro de 2018).

PS:
Maria Lígia de Madureira Pina faleceu em 14/08/2014, de repente. Era vice presidente da Academia Sergipana de Letras,

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