A RELÍQUIA, Maria Lígia Madureira
Pina,Infographics, 2008, 188 páginas,sem isbn

Posso dizer orgulhoso que a
conheço pessoalmente, que convivo com essa ilustre sergipana. Sou um dos
penetras às reuniões da Academia das segundas-feiras, sempre que posso.
(Não achei, agora, o livro para digitalizar
a capa. Alguém tomou emprestado)
Sinto-me envaidecido porque a professora
Lígia (como gosta de ser nomeada) leu meus livros, especialmente “Tambores da
Terra Vermelha” sobre o qual produziu uma resenha espetacular publicada em
revista.
Os contos de Lígia parecem com os
meus contos, são frutos de sua vida, testemunhos de seu dia à dia, em sua maioria. Livro de fácil leitura porque
prende o leitor e o enriquece. Contos curtos mas densos. Sempre há uma lição, mesmo
implícita.
As crônicas tratam da caminhada
do Brasil e os infelizes percalços. Tratam de mulheres as quais Lígia dedicou
muito de seu tempo, haja viso o seu livro “A Mulher na História”, um clássico.
Tratam da fundação de uma arcádia composta apenas de mulheres “A Academia
Literária de Vida”, entre as quais: Hermínia Caldas, Cléa Brandão, Josefina
Cardoso, Adelci Figueiredo...Lígia é a presidente.
Há crônicas falando de nossos
intelectuais: Rosa Faria aparece com sua
monumental obra de artista plástica, escritora, professora, além de empresária; Carlos Brito com “A Pele do Ar”,
é preciso muita sensibilidade para ver, sentir, cheirar e acariciar a pele do
ar; José Sergival da Silva, e o seu
livro Sementear, onde o cantor de forró mostra-se um poeta repleto de vida, fantasia
e sonho; Eduardo Garcia (A Fresta): “Oh!
Grande maldade /A lágrima / que desde menino / no faminto rosto escorre, / traz a limpidez da verdade”; Núbia Marques, em “Mulher Forte,
quem a Encontrará”: “Não sendo eu / posso morrer na madrugada / tendo nos
lábios a rosa / e nos olhos / a última estrela da noite”;
Wagner Ribeiro fecha com chave de
ouro e o cantar de Ariadne cheio de encantos da mitologia grega.
Antônio Saracura, Aracaju 11 de
maio de 2014. Revisão em janeiro de 2018).
PS:
Maria Lígia de Madureira Pina faleceu em 14/08/2014, de repente. Era vice presidente da Academia Sergipana de Letras,
Lido na sessão solene em homenagem à mulher, da ASL em 08/03/2021.
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