sábado, 1 de junho de 2019

BETUME, Rogério Santos


BETUME, Rogério Santos, sem mais informações (o livro sumiu de minha biblioteca, devo tê-lo doado a alguma geloteca).


O livro Betume trata da decadência da cultura do arroz irrigado no Baixo São Francisco (Propriá e outras cidades).
Uma fazenda desapropriada pelo governo, foi dividida em lotes e distribuída para seus funcionários. Nesse espaço acontece o romance.  

O autor assim o descreve:
“Em sua primeira parte, Betume tem Capilé, um vira-mundo que vive cometendo crimes, abusando de mulheres e vagando por aí. A segunda etapa traz histórias da fazenda e todo o seu processo de formação. Na terceira parte (capítulo) entra um novo personagem que descende de Capilé e do antigo proprietário da fazenda!”
Em entrevista à jornalista Monique Oliveira, o autor diz que “Betume faz uma crítica ao abandono de um povo. Conta como os rizicultores sofrem, não só com as dificuldades do plantio, mas também por fazerem parte de uma região extremamente pobre, quase sem perspectiva de crescimento. O leitor se deparará com coronéis, prostitutas que viram santas, árvores conselheiras, vagabundos, almas penadas e vinganças, que trespassam a barreira da vida e da morte.”
Xxx

Escrevi um texto (04.12.2012) que sumiu nos meus arquivos mal organizados.
Quero registrar alguns fragmentos que ainda retenho.
Li o livro (pequeno) em uma tarde.

O primeiro capítulo não prepara nada para os próximos. O segundo capítulo, que é a constituição da propriedade, tem quase nada a ver com o primeiro; apenas um dos personagens se transforma em feitor na fazenda. No terceiro capítulo, a fazenda entra em decadência e os personagens são outros (apenas o feitor continua); este capítulo também não é integrado aos anteriores.  
O livro todo transmite miséria e pessimismo, vida degradada ao extremo.
O autor transforma misérias transitórias em definitivas e age na trama como se elas fossem normais. Deus me livre!

O final, lembrou-me Pedro Páramo (Juan Rulfo), com os mortos transitando como alma penadas. E também “Essa Terra”, de Antônio Torres, que me deixou com a sensação de que viver não vale a pena. Creio em Deus Padre!

(Aracaju, 04 de dezembro de 2012, Antônio Saracura), recuperada em 01 de junho de 2019.

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