domingo, 2 de junho de 2019

CAMPO DO SER, Vera Santos


CAMPO DO SER, Vera Santos, 2017, romance, editora Multifoco (selo Desfecho romances), 103 páginas, isbn 978-85-9512-085-3 (não encontrei a ficha catalográfica padronizada).



Vera Santos está sempre conosco em O Escritor na Livraria. Um ano atrás ela falava de um romance de sua autoria encalhado em uma editora do Rio de Janeiro, que não saía nunca. Sempre era pedida uma nova alteração...

Até que o livro ficou pronto.

Ontem foi o lançamento, no Museu da Gente Sergipana, com excelente público. Vera é de Aquidabã, irmã de Chico Buchinho e pertence aos quadros da Academia Aquidabãense de Letras, que está sendo implantada. Aquidabã é uma cidade parecida com Itabaiana, tem imensa e participativa colônia em Aracaju. Um dos ilustres ao lançamento era meu amigo Joaquim Macedo, dono de colégios e de uma fazenda em Campo do Brito, chamada Fazenda Saracura, de amargas lembranças para mim. Estavam lá também Murilo Melins, Expedito Souza, Estácio Bahia, Ismael Pereira, Chico Buchinho (coordenando em silêncio).

Gostei da capa e do conjunto arquitetônico, bem encadernado, bem diagramado, letras de bom tamanho e com espaço suficiente a uma boa navegação. 103 páginas é um bom tamanho, não maltrata fisicamente o leitor ancião. Eu li, um pouco, ontem à noite e, o resto, enquanto esperava, na clínica, minha esposa que era submetida a uma operação de catarata.
Uma boa leitura. Leve, instrutiva, instigante.

O romance tem uma engenharia diferente dos livros que tenho lido. Primeiro são apresentados os personagens, um a um, envolvidos em rápidas ações e, por fim, o dia a adia da cidade com suas principais atividades: costumes, equipamentos: Comprador de garrafas, amolador de facas, o cemitério, o terror, a marinete... E o epílogo: considerações finais, prestação de conta, conclusões pertinentes.  

Em qualquer livro, há pontos que provocam estranheza, que mexem mais no leitor. Para o bem ou para o mal. Eu rabisco as margens com o que me encanta ou o que me agride. É um costume que tenho desde o tempo de colégio. Paga reter, preciso escrever.

Deixo, a seguir, alguns dos rabiscos feitos no livro Campo do Ser:

1)      A Universidade na página 99 poderia ser outra, indeterminada.
2)      No setor dedicado a Margarida entraram penetras demais, que poderiam ter seus setores próprios.
3)      A Vida em Campo do Ser seria melhor colocada antes dos personagens (Os Habitantes do Campo do Ser). Estes poderiam ir sendo mostrados nos transcorrer do enredo.
4)      Carmem fala: “Só me arrependo de não ido mais fundo” e insiste nas lamentações de não ter consumado o amor juvenil. Isso é verossímil? O contexto pinta Fred como um frouxo (não foi a vítima do casamento forçado). Mostra Carmem possuidora da certeza de encontrar outro amor da vida. Desenha Carmem correta, forte, e que escapou de uma fria... Não parece normal querer outra. 
5) ...

Por fim, quero dizer que estou comemorando o livro de Vera. Uma leitura prazerosa e útil. E sobre os rabiscos acima, podem ser equívoco de um leitor alvoroçado.

(Aracaju, 25 de maio de 2017, Antônio Saracura)


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