quarta-feira, 21 de julho de 2021

POESIA AOS CINCO CANTOS

 

POESIA AOS CINCO CANTOS, Viviane dos Santos Cardoso, Aracaju, Artner, 2021, 68p, isbn 978-65-88562-27-7

 



Viviane é do povoado Taborda, Nossa Senhor das Dores, onde viveu ate os vinte anos. Ela ainda é jovem. E na Taborda esteve sempre envolvida com a arte, pois em seu lugar há infraestrutura que possibilita isso. A ONG “Cultivar” oferece entretenimento, educação e cultura na região sul do município de Dores, onde está a Taborda. Nem só a lida dura do campo enche o dia a dia do povo da zona rural. E Viviane, como muitos moradores destes povoados de Nossa Senhora das Dores,  desde garota,  participou de antologias literárias, ensaiou poesia e prosa, ganhou prêmios.

Tenho acompanhado e me gratificando com o tema da maioria dos textos produzidos por esta garotada dorense:  histórias do povo do lugar. 

Conhecendo bem nossa gente e lugar, em vez de nos envergonhar,  nos orgulhamos deles a vida toda.  

 “Poesia aos Cinco Cantos ”, primeiro livro solo de Viviane, fala de Taborda, da terra mãe, da família, dos sonhos,  das queixas, das dores e do espanto ante o mundo complicado quando precisou voar mais longe. São poemas simples como a natureza no campo,  têm o sabor da fruta respingada de orvalho colhida no pé .

O livro está segmentado em cinco cantos como o título anuncia. O primeiro canta o povoado; o segundo rememora a vida vivida; o terceiro trabalha o social e seus ingredientes bons e maus; o quarto trata da família; o quinto, do sonho do poeta. 

Sem o rigor da matemática.

Gosto da ousadia, que pratico com parcimônia, e que não deveria.

Gosto de quem canta seu mundo (sua aldeia) e tento fazer isso também por que estou satisfeito com o que Deus achou que me servia.

Que Viviane continue fiel ao seu lugar, o melhor do  mundo para ela! E que o cante a vida toda, assim: 

 

“Sem muita extensão,

Luxo,

Urbanização.

Sem muito barulho,

Correria,

Gritaria.

É assim o dia a dia

 No melhor lugar do mundo.

É assim no Taborda

E dele eu não mudo”.(Página 11)

 

Aracaju, 21 de julho de 2011, Antônio FJ Saracura

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