domingo, 18 de julho de 2021

RETORNO AO DESMEDIDO SILÊNCIO

 

RETORNO AO DESMEDIDO SILÊNCIO, Jânio Vieira, Aracaju, Artner, 2021,  89 páginas,Isbn 978-65-88562-25-3

 

De cara me veio à mente o bom “Translúcido Silêncio” de Manoel Cardoso, um poeta de Nossa Senhora das Dores mas radicado em São Paulo há anos e que conheci via uma irmã dele que tocava pequena papelaria na Coroa do Meio, na rua que eu morava. Cheguei a mandar um livro de minha autoria para Manoel, mas não me lembro de que tenha dado retorno. Seu livro de poemas me pegou e não tenho qualquer constrangimento em chamá-lo bom e ao poeta,  de meu amigo. .

Quando eu estava lendo os poemas de Jânio, vi-o numa “live” falando sobre si  e sobre sua estreita ligação com o vate Manoel Cardoso. Um amigo de Manoel é meu também. 

Os poemas de "Retorno ao Desmedido Silêncio" são curtinhos, entretanto poderosos. E me pegaram também. Consegui captar a alma na maioria e gostei dela. Claro que em um livro de poemas a unanimidade é impossível, sempre vai haver poemas que, por mais que o arrodeemos, por mais que o mordamos pelas beiradas, escapam incólumes deixando um travo na boca: “que diabos o poeta quis dizer aqui?”

Mas estes não chegam a tirar a beleza do conjunto.

Achei ótimos: “Os olhos” (o poeta se amplia em sua dor); “Ao abrir a janela” (ali os cantos dialogam e se entendem); “A Percepção” (para se ver bem é necessário imaginar); “A Noite” (é um constante duelo com minhas metades); “Quando eu tinha sete anos” (Mal sabia que estava capturando poesia); “Procuro” (o indizível)...para citar alguns.

Compartilho com o que diz Joao Paulo Araújo Carvalho, na orelha do livro, sobre o contista, cronista, poeta e membro da Academia Dorense de Letras, Jânio Vieira: “A poesia de Jânio volta à infância, ao passado, à memória, num caminho de contemplação palmilhado de imaginação, ludicidade, simplicidade e inocência, como num sorriso infantil.”

Então “Retorno ao Desmedido Silêncio” é um bom livro de poesias.

(Aracaju, 24 de junho de 2021, revisão em 2023ago04, por Antônio FJ Saracura).


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