terça-feira, 6 de julho de 2021

CONTOS QUE A LEITURA ESCREVEU

 

CONTOS QUE A LEITURA ESCREVEU, Leosmar Simplício da Silva, Aracaju, Editora Brasil Casual,2021, 144 página, Isbn 978-65-86316-10-0.

 


Leosmar Simplício da Silva é um leitor compulsivo, leu 51 livros de janeiro a junho de 2021, o que dá uma média de mais de oito livros por mês, dois por semana. Performance que vem se mantando até hoje. Nem eu no meu tempo de seminário, nos dois últimos anos antes de ser expulso, quando enchi uma caderneta com os títulos dos livros lidos. Mas eu não fazia mais nada, apenas lia. Leosmar tem família para cuidar e tem aulas em dois colégios para ministrar.

“Contos que a leitura escreveu” tem prefácio e apresentação que li agora, e me deixou com inveja dos autores, pois disseram o que senti, mas não achei as palavras deles.

O livro compõe-se de gostosos textos sobre nosso lugar e povo, com seus tipos, suas paisagens, seus costumes. Fui carreiro (na verdade, menino-chamador) de carro de bois na minha infância e me encantei quando as cantadeiras (feitas aqui de cajueiro, quem diria!) abriram o bico no mundo enchendo as baixadas e serrotes a riba.

Aborda o campo engrandecimento humano, onde Domingos Pascoal e Augusto Cury caminham fagueiros, e se sai bem. Conta casos que exemplam, mostram caminhos, surpreendem pelos desenlaces nobres. Aqui e ali há um ensaio de assombração, que faz parte de minha escrita; um pouco de Edgar Alan Poe, amigo íntimo de Leosmar, sou testemunho pelos títulos lidos que as redes sociais dão conta. E não podia faltar a chuva torrencial que inebria o homem do sertão seco. Bênção, dádiva, grandeza, fartura. Daqui a pouco: felicidade.

E há as confissões do professor vocacionado que busca transformar alunos comuns em brilhantes. A missão vai além, fazê-los escrever. Derruba equívocos, como o de que não vale a pena estudar, pois emprego não haverá mesmo.

Homenageio, especialmente, os contos: “Primeira Viagem de ônibus” (cinematográfico); “A Menina que não sabia nadar” (surpreendente); ”No mundo da lua” (perfeito); “Jogo de Bola” (gratificante)...

(Antônio FJ Saracura, Aracaju, de julho de 2021, revisão em agosto de 2023). 

 

 


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