SIZENANDO E ADELAIDE, Ana Maria
Nunes Espinheira,2006, sem editora, patrocínio Banese,197 páginas sem isbn

O tempo passou e não tive
notícias mais do livro. Ninguém do meu círculo comentou sobre ele e nos sebos e
livrarias da cidade não apareceu. Mas a notinha continuou pendurada no meu
quadro de lembretes, faiscando e, com o tempo, por causa talvez da bateria gasta,
já quase parando de faiscar.
Quando eu menos esperava e nem
estava mais tão ligado ao aguçamento inicial, ao fuçar a prateleira de livros sergipanos
na Escariz, eis que me bato com um exemplar perdido do livro. Tomei até um
susto, era fantasma de minha família. Senti-o assim, nem sei por que. O livro custava
barato e não relutei. Comprei-o e, em
casa, li de um fôlego.
E digo que valeu muito a pena.
Memórias e romance. Ritmo, muita
alma. Emociona. Um excelente livro sem favor nenhum. A autora, que diz ser
parente dos troncos dos senhores do Engenho São Felix, o tal da estrada citada,
conduz com firmeza sua narrativa romanceada. Não passa nem perto da pieguice
comum nas sagas familiares e nem espanta o leitor com a monotonia pedante das
citações dos historiadores da academia. É
consistente e coerente em todo o seu desenrolar, sem nada mais além do que
precisa dizer para contar uma fantástica história. A autora utilizou os documentos
dos antepassados e muito critério.
A narrativa começa em 1821,
quando nasce Paulo de Souza Vieira, no engenho “Poções”, em Lagarto. Depois vem a construção do engenho “São Feliz”,
a expansão da propriedade, que chegou a ter 4 mil tarefas. O casamento de Paulo com Joaquina Ermelinda,
filha dos donos do engenho “Antas”, em Santa Luzia. A morte trágica de Paulo
deixando seis filhos pequenos, entre os quais, Sizenando. O novo casamento de
Joaquina com João José, senhor do engenho “Santa Sofia do Rio Branco” do Conde,
na Bahia, viúvo e pai também de seis filhos pequenos, entre os quais Adelaide. E
por aí vai, assustando, encantando, informando...
Nos dias de hoje, as terras do
antigo engenho, reduzem-se a poucas tarefas de terra. O velho sobrado,
arrodeado de janelas (16 olhando a estrada), acaba de ser inteiramente
reformado. O atual proprietário, Gilberto Vieira Leite Neto, tetraneto de
Sizenando, está plantando canas e deve botar o engenho para moer qualquer dia
desses (está no livro).
Duas surpresas a comemorar: o
livro, “Sizenando e Adelaide!”, e a ressurreição do São Félix, vai moer de novo,
inacreditável!
Post Scriptum:
Tenho passado pela
estrada, ao lado de São Félix, nestes anos que se sucederam à publicação do
livro e também à leitura que acabo de registrar, e não vejo fumaça saindo da
chaminé, nem partidos de cana pendoados ao vento, nem carros de bois gemendo a
subir ladeiras ou a escapar de atoleiros.
Nem tenho visto, daqui da estrada daria para ver bem, a faina de
trabalhadores que sempre há nos engenhos vivos.
Será que o São Félix continua fogo
morto?
Obrigada pela linda resenha. A autora é minha mãe, fico muito agradecida.
ResponderExcluirRiane, gostaria de obter o livro "Sizenando e Adelaide". Como faço para comprar?
ExcluirEu tenho o livro que a Aninha me deu, sempre reeleito.
ResponderExcluirLúcida e tocante resenha de uma saga familiar narrada com maestria. A escritora Ana Maria Espinheira agrega a veracidade da pesquisa à tecedura, em estilo límpido e envolvente, de um episódio romanesco familiar digno de figurar entre reconhecidos livros e filmes sobre o tema. E brinda o público leitor com uma relevante página da formação histórica de Sergipe.
ResponderExcluirFaço parte da família,Ana Maria minha prima,possui o dom a escrita É muito interessante como colocou a nossa história em seus livros😍.Gosto por demais!
ResponderExcluirNão há projetos de fazer o engenho moer cana-de-açúcar. Há projetos reais de um atividades turísticas, mas suspensos agora em 2020 por conta da pandemia. O “São Félix” não é fogo morto, na verdade vivo, vivíssimos. Faço questão de adicionar lenha sempre que possível. a exemplo, do nosso tradicional “forro do engenho” este ano adiado, mas que vc ser visto nos links https://youtu.be/e5_N1ddIUMI, https://youtu.be/Nhqx2m4dBZ8 e https://youtu.be/u0_gORpoJT4
ResponderExcluirAo ilustre escritor, agradeço pelas bondosas palavras ,sobre meu livro!
ResponderExcluirComo adquirir o livro físico?
ResponderExcluirNa Escariz do Shopping Jardins ou pelo Whatsapp (79) 99883-2708
ExcluirDesde agora, assistido o episódio de Paulo Vitor, em visita ao Engenho São Félix, dentro do projeto Fazendas Antigas; mal espero o exemplar chegar às minhas mãos, para viver cada momento desta história....Joaquina.....Adelaide....
ResponderExcluirOps!.. vontade de ler o Romance 'Meninos Que Não Queriam Ser Padres'.
ResponderExcluirMe interessei pelo livro, achei muito emocionante. GOSTARIA MUITO DE LER!!!!
ResponderExcluirOnde encontro o livro para comprar
ResponderExcluirComo faço para comprar o Livro, para atender uma cliente. Fico no aguardo.
ResponderExcluirComo posso comprar o livro?
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