quinta-feira, 30 de maio de 2019

ALÔ ARACAJU AQUELE ABRAÇO, Vieira Neto


ALÔ ARACAJU AQUELE ABRAÇO, Vieira Neto, J. Andrade, fl 130, sem isbn



Não tive ainda a honra de conhecer Vieira Neto, um dos grandes literatos de nossa terra. Ele possui rica bibliografia, gerada desde 1985, que inclui teatro, prosa e poesia. Com evidência para o teatro, onde é mestre, e para a poesia, de que já escutei elogios na imprensa; e li, gretando, seus livros expostos nas livrarias da cidade. Tenho comigo “Celeiro de Emoções” (não resisti e comprei), que mereceu rasgado elogio de Santo Souza um rasgado: “A produção deste poeta é, sob todos os aspectos, um tesouro de pérolas luminosas de espiritualidade, amor fraterno e, alguma vezes, eróticas também”.

O jornal “do Dia” publica semanalmente os contos  e crônicas de Vieira Neto que leio com prazer. Textos apimentados, de gostoso ardor. Agradam sem escandalizar.

Vieira Neto publicou m sua coluna no mesmo jornal (sem nunca ter falado comigo) uma avaliação de meus livros “Os Tabaréus do Sítio Saracura” e “Meninos que não queriam ser padres”, tendo-os recomendado como bons. Foram dois momentos de glória para mim, sempre poupado pela crítica, como os demais escritores dessa terra insensível.  

Caiu-me agora às mãos, emprestado por Euclides de Oliveira, o segundo livro de memórias de Vieira Neto “Alô Aracaju, aquele Abraço”, que trata de seu início de vida em Aracaju até quando resolve emigrar para o sul. Já que disse que este é o segundo, obrigo-me a dizer que o primeiro, também de memórias, chama-se “Um Garoto Estanciano” e trata exclusivamente de sua infância princesa do Piauitinga. Sei disso pela leitura de afogadilho (para o dono da livraria não me expulsar).

Este “Alô Aracaju” é de leitura fácil, seguindo mais ou menos um linha cronológica. Mas há idas e vidas, como a partir da página 107 ao se referir à sua deusa Luciana, da cidade ribeirinha de Propriá.

Revi a Aracaju saudosa dos bodegas em cada esquina, dos programas de auditório, dos bregas fuleiros e dos luxuosos Miramar e Chantecler. Também dos empreguinhos fajutos e dos chefes (que sempre há) que se achavam donos dos subordinados. Parecido demais com minha vida de garoto na selva,  que é a cidade grande para o tabaréu.  

Passei boas horas andando com o "perdido" Vieira Neto pela pecaminosa Aracaju...

 (Aracaju, 13 de julho de 2014 (recupera em 30 de maio 2019).
Nesse meio tempo, eu conheci Vieira Neto, até leve alguns livros dele para a III Bienal do livro de Itabaiana. Depois, o perdi de novo; ele deixou de escrever no jornal.

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