quinta-feira, 2 de abril de 2020

AS CRÔNICAS DE NÁRNIA, C. S. Lewis


AS CRÔNICAS DE NÁRNIA, C. S. Lewis, volume único, 2009, Martins Fontes, 2 edição, 751 pag, isbn 978-85-7827-069-8


Eu comprei o exemplar que custava na véspera 99,00. A Saraiva botou em oferta por 39,00. Uma oferta relâmpago, para premiar retardatários que só saem do shopping tangidos pelos vigilantes. Na verdade, comprei, mais por causa dos livros de JRR Tolkien (Hobit e Senhor dos Anéis) que me encantaram. J.S Lewis e Tolkien cultivaram na vida uma bonita amizade, e a isso eu dou valor sem tamanho.

Tanto um como o outro foram professores de Oxford, de matérias ligadas ao inglês arcaico e a às raízes do povo, e participavam de um empreitada mútua e singular: escreverem livros de fantasia que mostrassem o passado do povo anglo saxão,  como os vikings possuíam, cheios de mitos e lendas. Teriam que inventar. O trato era que Lewis (natural da Escócia) escrevesse sobre a exploração do espaço sideral e Tolkien, inglês, da terra antiga. Eu achava difícil se obedecer à essa de definição de fronteiras, pois, na fantasia, as fronteiras se diluem na imaginação do autor. Tanto é que, Roverandom, de Tolkien, é a história de certo cachorro mandado ao espaço por um mago irritadiço. Então, os dois autores andaram aqui e acolá invadindo a seara do amigo, mas riam, apenas das tentações.


“As Crônicas de Nárnia” é um clássico da literatura mundial. São sete livros encapsulados, daí a quantidade avultada de páginas. A obra pertence à literatura fantástica (quando os bichos avoam e falam como gente) e foi composta entre os anos de 1949 e 1954. E é o sétimo livro mais vendido no mundo, com 110 milhões de exemplares, atrás apenas de O Senhor dos Anéis, Peter Rabit, O Corão, Livro Vermelho de Mao Tse Tung, Harry Poter e a Bíblia Sagrada. Há vários filmes tratando de cada uma das crônicas ou de partes delas que são sucesso entre a garotada e os madurões.

O primeiro livro do conjunto, “O Sobrinho do Mago” tem 97 páginas apenas e acabo de o ler. Conta das aventuras de um garoto e uma garota que caem numa armadilha de um velho mago (tio André) e, por meio de anéis, viajam no tempo ou espaço até mundos encantados. E veem coisas de arrepiar as penas do papo das saracuras. E eles assistem a criação do reino de Nárnia, que é o palco de todos os sete livrinhos, pelo que sei por outras fontes. Há o leão Aslan, há a maga má Jadis (que me lembrou Melkor de Tolkien), há um rei Franco (cocheiro importado das ruas de Londres) e sua esposa, a rainha Helena, antes uma dona de casa comum. Há passagens belas e empolgam até um coroa de mais de setenta como eu. Histórias das carochinhas, encantamentos, fadas más, princesas lindas. Ainda há as mesmas árvores que habitam os tempos gloriosos dos reis elfos de Silmarilion (Tolkien).
E ha mil imagens que preciso anotar (algumas) : “Era uma dessas casas que ficam muito quietinhas e aborrecidas durante a tarde e que sempre cheiram a carne de carneiro”. “Era um silêncio morto, gelado e vazio.” “Tinha-se a impressão de ouvir as árvores bebendo água com suas raízes.” ... São batidas? Até podem ser, mas bom contexto, me fizeram sorrir contente.

Mas vou parar a leitura. Ficarei devendo seis obras primas (resto do livro). Que me perdoem o autor e a imensidade de leitores. Porque? Como o primeiro, o enredo de todos, de certa forma, já me são conhecidas devido às fontes variadas que a vida me deu. E, por outro lado, há livros outros que serão surpresas da primeira à última página esperando por mim, impacientes, na fila.

Eu não quero morrer sem os ler.

(Aracaju, 02/04/2020, Antônio Saracura)

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