O CENTRO DAS
NOSSAS DESATENÇÕES, Antônio Torres, 2015, Record, 80 págins, isbn
978-850-110-282-9
Uma
caminhada pelo centro de sua cidade do Rio de Janeiro. Os recantos históricos. Cuidadosa e olhando cada monumento, cada via,
cada equipamento, cada cratera feita pela prefeitura nesse labor intenso de
fazer e desfazer.
Os bons
livros, geralmente, envolvem viagens, sejam físicas ou virtuais; Sejam no tempo
ou no espaço. Para o mundo externo e para o íntimo. O fio condutor de um
caminho ao desconhecido seduz.
“O Centro de
Nossas Atenções” é uma viagem pelo Rio de Janeiro atual, eivado de cascalho e
buracos mais para mostrar que o prefeito do momento cuida, mesmo que nem ligue.
E o autor, um apaixonado pelo Rio mesmo tendo nascido e se criado no distante
Junco baiano, aproveita os cavoucos das escavadeiras barulhentas e desce camada
por camada, visitando e informando as transformações no tempo, até chegar as
aldeias dos primeiros índios que ocuparam esse espaço paradisíaco
É um documentário
com textos e fotos. Um filme dirigido pelo mestre da literatura objetiva de
escrita essencial, Antônio Torres. Autor consagrado de grandes livros guardados
em pequenos cofres. A cidade é o espetáculo com sua história, suas alegrias e suas
dores, passando pelos equipamentos, pelos órgãos vitais, pelas manifestações, entendendo
os fatos...
O Aeroporto Santos
Dumont...
Os prédios
históricos (Jornal do Brasil, Teatro Municipal, Jornal do Brasil...);
As muitas ilhas
(Villegagnon, Cobras, Ratos...);
Os incontáveis
morros (Castelo, Pão de Açúcar, Cara de Cão...);
Avenidas, ruas,
praças (Central, Ouvidor, Rossio, Rio Branco, XV de Novembro...);
Grandes
festas (Parc Royal, sagração de do Pedro, o último baile da monarquia na ilha
Fiscal com seis mil convivas e nenhum banheiro...);
A França Antártica
durou cinco anos, Duclerc quebra a cara e Duguay Trouin toma o Rio por 50 dias
trágicos.
Estácio de
Sá, Mem de Sá... Cunhambebe e seus tamoios pintados de guerra.
Dom João VI,
o fausto Império, a magra República e os dias de hoje...
Uma Veneza enterrada
e contida...
Baia de
Guanabara encantadora, Copacabana lotada de turistas, o bondinho varando o céu...
Inesgotável;
melhor ir lá ver; e um dia irei.
xxx
Cada cidade
poderia ter um compêndio desses. Magrinho por fora como são as obras de Torres,
mas completo no conteúdo. Os turistas, os estudantes, os estudiosos... Todos trataríamos
com mais respeito o nosso chão.
(por Antônio
FJ Saracura, Aracaju 2020ago30)
Li na ASL em 2021
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