segunda-feira, 31 de agosto de 2020

O CENTRO DAS NOSSAS DESATENÇÕES, Antônio Torres

 

O CENTRO DAS NOSSAS DESATENÇÕES, Antônio Torres, 2015, Record, 80 págins, isbn 978-850-110-282-9

 


Uma caminhada pelo centro de sua cidade do Rio de Janeiro. Os recantos históricos. Cuidadosa e olhando cada monumento, cada via, cada equipamento, cada cratera feita pela prefeitura nesse labor intenso de fazer e desfazer.

Os bons livros, geralmente, envolvem viagens, sejam físicas ou virtuais; Sejam no tempo ou no espaço. Para o mundo externo e para o íntimo. O fio condutor de um caminho ao desconhecido seduz.

“O Centro de Nossas Atenções” é uma viagem pelo Rio de Janeiro atual, eivado de cascalho e buracos mais para mostrar que o prefeito do momento cuida, mesmo que nem ligue. E o autor, um apaixonado pelo Rio mesmo tendo nascido e se criado no distante Junco baiano, aproveita os cavoucos das escavadeiras barulhentas e desce camada por camada, visitando e informando as transformações no tempo, até chegar as aldeias dos primeiros índios que ocuparam esse espaço paradisíaco

É um documentário com textos e fotos. Um filme dirigido pelo mestre da literatura objetiva de escrita essencial, Antônio Torres. Autor consagrado de grandes livros guardados em pequenos cofres. A cidade é o espetáculo com sua história, suas alegrias e suas dores, passando pelos equipamentos, pelos órgãos vitais, pelas manifestações, entendendo os fatos...

O Aeroporto Santos Dumont...

Os prédios históricos (Jornal do Brasil, Teatro Municipal, Jornal do Brasil...);

As muitas ilhas (Villegagnon, Cobras, Ratos...);

Os incontáveis morros (Castelo, Pão de Açúcar, Cara de Cão...);

Avenidas, ruas, praças (Central, Ouvidor, Rossio, Rio Branco, XV de Novembro...);

Grandes festas (Parc Royal, sagração de do Pedro, o último baile da monarquia na ilha Fiscal com seis mil convivas e nenhum banheiro...);

A França Antártica durou cinco anos, Duclerc quebra a cara e Duguay Trouin toma o Rio por 50 dias trágicos.

Estácio de Sá, Mem de Sá... Cunhambebe e seus tamoios pintados de guerra.

Dom João VI, o fausto Império, a magra República e os dias de hoje...

Uma Veneza enterrada e contida...

Baia de Guanabara encantadora, Copacabana lotada de turistas, o bondinho varando o céu...

Inesgotável; melhor ir lá ver; e um dia irei.

xxx

Cada cidade poderia ter um compêndio desses. Magrinho por fora como são as obras de Torres, mas completo no conteúdo. Os turistas, os estudantes, os estudiosos... Todos trataríamos com mais respeito o nosso chão.

 

(por Antônio FJ Saracura, Aracaju 2020ago30)

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