sábado, 9 de janeiro de 2021

TOCATAS POETIZADAS E PROSAIADAS

 

TOCATAS POETIZADAS E PROSAIADAS: UM CONCERTO EM LOUVOR AO BELO, João Bosco Soares dos Santos, Editora Paginae, Salvador Bahia, 2013, 526 páginas,Isbn 978-85-63784-36-0.



Eu e Cida (minha esposa), e Carlos Mendonça (amigo caroneiro) já estávamos retornando a Aracaju, fecháramos o hotel que pegou fogo e queimou, pela manhã, as nossas roupas e malas, quando resolvemos dar uma última passadinha de despedida no memorial da Chesf, onde ainda acontecia a Primeira Bienal do Livro de Paulo Afonso.

No estacionamento, batemo-nos com João Bosco, um senhor alinhado, também escritor e a quem não me animara abordar no salão dos escritores onde ficáramos o dia anterior inteiro.

Ele retirava livros do bagageiro do carro e eu o cumprimentei.

Olhou-me com grande simpatia e conversamos por cinco minutos. Viera de Rodelas, uma cidade de Pernambuco, e nos convidou para um dia esticar até lá.   

Dei-lhe um dos meus livros, acredito que “Tambores da Terra Vermelha” e ele me deu dois brindes, um cd e este livro chamado “Tocatas”.

O Cd, escutei enquanto dirigia de Paulo Afonso a Aracaju. Voz possante, afinada, melodiosa. Repertório invejável: as melhores músicas românticas que o Brasil produziu. Uma pessoa que cante assim tão bem, não deveria gastar a voz falando com ninguém, deveria somente cantar.

E o livro, com quem mantive contato íntimo apenas dias depois em Aracaju, também foi uma grata surpresa. Não apenas pela produção poética, pelos hinos de amor, de sabedoria e patrióticos também pelos ensaios e pelas miscelâneas, como haikais, trovas, Rubayats...

Valeu a pena ter ido à Bienal de Paulo Afonso pelo encontro casual no estacionamento com esse monstro chamado João Bosco Soares dos Santos, que nunca mais o vi nesse mundo louco.

 

(Aracaju, 27 de dezembro de 2014, por Antônio Saracura, recuperada em janeiro de 2021).

 


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