OS ÍCONES DE UM TERREMOTO, Paulo Barbosa de Araujo, Editora
Diário Oficial 2010.
Capítulos muito longos, frases compridas que ameaçam sufocar
o leitor. Como o segundo parágrafo da página 38.
Idas e vinda contínuas embaralham a cabeça mais atenta.
O capítulo I, Os Vigilantes da Esperança, merecia dez capítulos para ser apresentado, talvez.
Há muita teoria útil, mas exposta de maneira tortuosa, e fica difícil de ser captada adequadamente. O próprio autor percebe que está sendo confuso, pois, aqui e acolá, faz revisão do tema, iniciando o parágrafo com a fase “O que estamos a dizer é o seguinte...(página 45 e outras).
O tom de discurso “É hora de darmos um basta” parece uma interferência no livre arbítrio leitor. Um tom militar demais na boca de um civil que, pelo que conta, nada tem a admirar nos homens de verde.
Na página 21, o autor diz (falando do movimento 1964) que o sofrimento dessas pessoas (os presos políticos, também chamados subversivos) foi enorme e não se registra em lugar algum algo parecido. Isso deixa a impressão de atrocidades extremas, muito maiores do que as sofridas pelos judeus nos campos de concentração nazistas; do que judeus (outra vez) na inquisição espanhola – veja o “Último Judeu”, de Nohan Gordan (livro resenhado aqui no Blog); a repressão no Chile, viva ainda.
No capítulo 2, há trechos muito bons como o da página 56, mergulhando na história esquecida ou pelo menos pouco divulgada. Mas poderia (assim como o primeiro) ser subdividido e assim ser mais palatável. Reencontrei muitos conhecidos, mas outros nem foram citados e passaram pelo mesmo calvário.
Não me parece ser um livro para ser lido sequencialmente, mas uma fonte rica de pesquisa, para ser acessada aleatoriamente.
Sobre a edição da Editora do Diário Oficial, os gestores precisam rever seus estoques de cola, talvez estejam vencidos. Logo que concluí a leitura, folhas se descolavam e queriam sair voando.
(Aracaju, Jan/2011, Antônio Saracura, recuperada em dezembro de 2020).
Li na ASL em agosto de 2021
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