APONTAMENTOS PARA UMA HISTÓRIA CRÍTICA DO CORDEL BRASILEIRO,
Aderaldo Luciano, Adaga, Luzeiro, 96 páginas, ISBN – 978-85-66161-00-7~
Conheci Aderaldo na II BIenal do Livro de Itabaiana, em
outubro de 2013. Há pouco tempo. Ele veio fazer uma palestra, por indicação de
Anderson Almeida , o músico e gerente da Sofiva. Inicialmente, eu relutei em
incluir mais uma palestra na grade já saturada. Mas vendo as postagens no
Facebook do professor Aderaldo e a acolhida festiva e geral (o Brasil inteiro
já o conhecia) não pude fazer-me de esquecido. Além do mais, era doutor da
UFRJ, especialista em cordel, e não cobrava nem a passagem para se deslocar à
Itabaiana. Possuía um patrocínio oficial. Quanto à hospedagem, Anderson o
acolheria numa rede, na sua casa em Campo do Brito.
O professor Aderaldo foi uma festa para o público que, a
cada minuto explodia diante das colocações do mestre. Índio, mignon, informal, mas
de um brilho evidente. “Quando vocês convidarem cordelistas ou violeiros para
suas festas, pague um bom cachê. Eles vivem de sua arte, que tem muito valor.”
O livro de Aderaldo, adquiri depois, pois Aderaldo retornou
a Sergipe (a convite da UFS Itabaiana) para proferir palestra para os alunos de
Letras. Sabendo, encomendei um exemplar do livro que anunciou na Bienal, mas
não dispunha de nenhum pois sua mala foi extravida na companhia aérea.
O livro compõe-se de apontamentos consistentes: informações
e conceituações. Um passeio no mundo do cordel, desde os mais remotos e
suspeitos inícios, passando pelos clássicos, alcançando os atuais.
Alguns pontos que não pude evitar de sublinhar enquanto lia:
Analisando o poema matuto de Zé da Luz, Vingança do Cabôco,) Aderaldo afirma
que “não é cordel, tanto pela irregularidade estrófica como pela imitação da
oralidade... No cordel jamais encontraremos esse falar matuto se não por pura
ignorância do cordelista”. E aí? Vamos parar com essa falácia de simular o
jeito de falar tabaréu achando que abafa. Escreva seu cordel com a melhor
cultura de que dispõe.
O cordel não é poesia apenas sertaneja, como muitos a
chamam. É a forma poética brasileira mais bem sucedida. É o mais nobre de todos
os gêneros poéticos praticados no Brasil, o que trem mais vitalidade. É
genuinamente brasileiro, o que conta muito. E é poesia autêntica (não torçam o
bico!).
Pablo Neruda, Fernando Pessoa, Carlos Drumond de Andrade, Leandro
Gomes de Barros, Silvino do Piruá, Manoel d’Almeida Filho, Manoel de Barros.
Todos são mágicos da poesia, divergem apenas na forma da escrita. Estão no
mesmo patamar, encantam com palavras.
Sala de Leitura (Perfil ano 17 / 1)
Apontamentos para uma História
Crítica do Cordel Brasileiro, Aderaldo Luciano, Editora Adaga, Luzeiro, 96
páginas, ISBN – 978-85-66161-00-7 - O livro compõe-se de apontamentos
consistentes, ricas informações e conceituações. Um passeio no mundo do cordel,
desde os mais remotos e suspeitos inícios, passando pelos clássicos, alcançando
os atuais. O cordel é a forma poética brasileira mais bem sucedida. É o mais
nobre dos gêneros poéticos praticados no Brasil. É genuinamente brasileiro, o
que conta muito. É o gênero de maior vitalidade na literatura. E é poesia
autêntica (não torçam o bico!). Pablo Neruda, Fernando Pessoa, Carlos Drumond
de Andrade, Leandro Gomes de Barros, Silvino do Piruá, Manoel d’Almeida Filho,
Manoel de Barros... Todos são magos da poesia, divergem apenas na forma da
escrita. A II Bienal do Livro de Itabaiana ficou muito mais rica com a presença
de Aderaldo Luciano. O seu é um curso (inteiro) de literatura.
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