O INTRUSO Lemniscata, J Ribeiro
Neto,310 páginas, 21cm,2011,ISBN: 978-85-63318-11-4
Você sabe o que significa
lemniscata? Eu não sabia e confesso que está me dando trabalho deglutir esta
peça da geometria. Não se assuste com a minha ignorância. É que andei a vida
inteira nadando em águas rasas, que sempre davam pé. Depois daquela experiência no meio do
Atlântico, na praia de Atalaia (veja “Meninos que Não Queiram ser Padres”)
nunca mais arrisquei ir a fundo em nada. Nem na água, nem na literatura, nem na
vida”.
'Lemniscata' é um mistério que reúne troca de
identidades, enigmas criptografados e o mapa de um tesouro desconhecido do Rio
de Janeiro do século XVI, tendo Portugal, Ilhas do Pacífico e a Cidade
Maravilhosa como cenários. Google Books (google).
Vou dizer logo o que me instigou
em ler o livro de J Ribeiro Neto.
Tidê, o revisor da editora Segrase,
disse a outro funcionário (eu escutei, estava próximo) que “O Intruso” era muito
bom. Quando o livro saiu, Vieira Neto (jornalista e crítico literário) escreveu
na sua coluna do jornal “Do Dia” que estava lendo e gostando. Ana Medina, que
participou da comissão da avaliação das obras inscritas no concurso onde o
livro foi premiado, elogiou a erudição do autor que ela ainda não sabia quem
era.
Além disso, o livro foi premiado
na categoria Romance, no mesmo concurso em que “Minha Querida Aracaju Aflita” (de
minha autoria) recebeu o prêmio na categoria Crônica. Prêmio da Secretaria de
Cultura de Sergipe, a última edição, em 2010. Depois nunca mais houve outro
concurso desses. O autor, que conheci na Segrase enquanto nossos livros eram
editados, foi simpático, tratou-me bem. Então achei que o deveria conhecer melhor
lendo sua obra.
Repasso abaixo as minhas observações
rabiscadas aqui i e acolá, quando achei que precisava fazer, ao ler o livro:
(Página 66) – “muito confuso. Onde
está o fio da meada”.
(Página 72) – “a história prossegue
sem me fisgar. As frases são bem construídas, mas o enredo foge-me a cada
momento”.
(Página 82) – “este capítulo começou
me segurando. Achei que engrenara finalmente. Perdi-me outra vez”.
(Página 90) – “bonito capítulo,
mas estéril, como se fosse isopor colorido.
Sinto-me dispersivo, incapaz de me concentrar o tanto necessário para
pegar a trama do livro”.
(Página 103) – “melhorou. O texto em itálico, apesar de ter me parecido
alienígena, me agradou. O autor conhece
o meio que descreve, tem cultura bem sedimentada, percebe-se nos diálogos, nas
considerações. Mas continuo indignado, o
livro ou eu estamos demorando muito a nos entrosar”.
(Página 107) – “será que estou perdendo
tempo?”.
(Página 114) – “retiro que falei
atrás. Entrei no romance, finalmente”.
(Página 117) – “espetacular”.
(Página 123) – “gostei dessa parte,
mesmo achando Flávia artificial e inconveniente”.
(Página 130) – “e essa morte
agora surgindo do nada? Pelo menos para mim. Vou avançar mais um pouco, quero ver
se acho justificativas”.
(Página 145) – “outra vez o livro
fica cansativo. Diálogos inúteis”.
(Página 153) – “bom os resmungos
do delegado”.
(Página 156) – “O capítulo em si
foi compreensível. Mas, para que?”
(Página 164) – “bom diálogo. Mas
é necessário à trama?”.
(Página 177) – “excelente.
Esclarecendo dúvidas anteriores.”
(Página 186) – “muito bom. O
livro volta a me cativar”.
(Página 194) – “ainda me perco
com os personagens, são vários. O autor os nomeia por nomes completos aqui, partes
do nome ali, apelidos acolá. Fico perdido,
pedindo para ser apresentando e são velhos conhecidos. Encabulo-me. Lição para meus livros: nunca
usar nomes variados para o mesmo personagem. Nem usar nomes parecidos para
personagens diferentes. Mesmo assim, gostei do capítulo”.
(Página 205) – “outra vez me
perturba o excesso de nomes que cada personagem tem. Por exemplo: Elbinha, Caboclinha,
Bruxinha, Binha, etc... são nomes à mesma pessoa.”
(Página 210) – “novos personagens
aparecem. Para que? E com apelidos (Lady
Murphy)”.
(Página 215) – “suspense espetacular”.
(Página 218) – “gostei muito”.
(Página 229) – “capítulo muito
bem escrito. Cada coisa no seu lugar”.
(Página 237) – “muito boa esta
parte”.
(Página 241) – “muito bom
capítulo”.
(Página 252) – “diálogo
politicamente incorreto. Não precisava (Juiz)”.
(Página 255) – “bom capítulo. Bom
final com suspense”.
(Página 266) – “os personagens
com vários nomes ainda me confundem”.
(Página 287) – “achei meio
infantil a enxurrada de esclarecimentos do delegado, quando o romance não o
criou como um investigador capaz dessa análise toda”.
(Página 292) – “bom”.
(Página 306) – “fim morno. Mas o
livro foi interessante. Apenas no começo me cansou, demorou muito a me fisgar. Talvez
por culpa minha. Ando meio dispersivo”.
(Aracaju, algum dia entre julho e
dezembro de 2011)
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