ENTRE VERSOS E INSÔNIA, Claudefranklin
Monteiro, Infographics,2013,Isbn 978-85-916218-0-4

Uma pessoa é poeta porque se
assume como tal. Poesia é uma forma misteriosa de se expressar, usa poucas
palavras e muitas figuras. Frases curtas e amplos dizeres. Um poema pode ser
sentido de imediato ou nunca na vida. Um poeta é chamado bom quando os leitores
o acham assim, apenas por isso. Não existe avaliador matemático investigue os
méritos e dê-lhe uma nota, classificando-o.
Assim como a uma tela pintada.
Dentro de um livro de poemas, a unanimidade é quase improvável. Cada poema é um mundo próprio e único. Uma
bala perdida que pode atingi-lo ou não. No bom sentido, se é que pode haver bom
sentido para bala disparada.
Sobre a poesia de Claudefranklin,
digo que senti melodia, percebi sentido na sua maioria, o que foi bom para mim.
Serenei (acho) um pouco mais meu trauma de brigar sempre com os poemas (e com
poetas, por tabela), dentro de mim,
cobrando deles justificativas por dizerem as coisas como dizem: Palavras
inesperadas, fora do rumo, aparentemente sem encaixe nenhum; verbos em tempos
conflitantes, misturando abruptamente o passado, o presente e o futuro; concordâncias e regências que disparam todas
as sirenes do bom vernáculo; ideias
alienígenas vindas do nada e se imiscuindo na intimidade esperada dos
versos...tintas jogadas a esmo, borrarias...
Por que diabos poetas (por muita sabedoria ou muita pedantaria) inventam
uma língua nova para dizer coisas que ficam incompreensíveis, quando no
português casto sobram recursos para expressá-las de maneira justa? Até as difíceis de compreender. E ainda há os que pregam, para desespero de
meus anjos da guarda, que seus melhores poemas são os que nem sequer ainda
escreveram.
Break (câmera, corte!) essa
digressão impertinente. E demorada demais... Retornando de onde nem deveria ter
saído, ao poema: “Entre Versos e Insônia”.
O poema “Sergipanidade” é um épico, onde
costumes e sangue se misturam para formar um povo admirável. Vi demais?
Em “Você é a Primeira Pessoa”, revivi, sem nunca mesmo ter vivido, a
história desse grande amor. Há outros
poemas que me tocaram. Vou citar mais dois (antes que acabe o espaço): ”Resto de Dia numa Noite”, que tem a ver com
o drama do poeta, a martirizante
“Insônia” (o outro).
(Publicada na Perfil ano 17, número
2)
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