domingo, 8 de maio de 2016

ENTRE VERSOS E INSÔNIA, Claudefranklin Monteiro

ENTRE VERSOS E INSÔNIA, Claudefranklin Monteiro, Infographics,2013,Isbn 978-85-916218-0-4



Claudefranklin é professor da UFS, pesquisador, historiador, crítico literário e contista. Pertence a Associação Sergipana de Imprensa, ao Instituo Histórico e Geográfico de Sergipe e à Academia Lagartense de Letras. É poeta também e possui dois livros de poemas: “Centrifugação” de 1999 e “Entre Versos e Insônia” (2013), este agora em minhas mãos.

Uma pessoa é poeta porque se assume como tal. Poesia é uma forma misteriosa de se expressar, usa poucas palavras e muitas figuras. Frases curtas e amplos dizeres. Um poema pode ser sentido de imediato ou nunca na vida. Um poeta é chamado bom quando os leitores o acham assim, apenas por isso. Não existe avaliador matemático investigue os méritos e dê-lhe uma nota, classificando-o.  Assim como a uma tela pintada.  Dentro de um livro de poemas, a unanimidade é quase improvável.  Cada poema é um mundo próprio e único. Uma bala perdida que pode atingi-lo ou não. No bom sentido, se é que pode haver bom sentido para bala disparada.

Sobre a poesia de Claudefranklin, digo que senti melodia, percebi sentido na sua maioria, o que foi bom para mim. Serenei (acho) um pouco mais meu trauma de brigar sempre com os poemas (e com poetas, por tabela), dentro de mim,  cobrando deles justificativas por dizerem as coisas como dizem: Palavras inesperadas, fora do rumo, aparentemente sem encaixe nenhum; verbos em tempos conflitantes, misturando abruptamente o passado, o presente e o futuro;  concordâncias e regências que disparam todas as sirenes  do bom vernáculo; ideias alienígenas vindas do nada e se imiscuindo na intimidade esperada dos versos...tintas jogadas a esmo, borrarias...  Por que diabos poetas (por muita sabedoria ou muita pedantaria) inventam uma língua nova para dizer coisas que ficam incompreensíveis, quando no português casto sobram recursos para expressá-las de maneira justa?  Até as difíceis de compreender.  E ainda há os que pregam, para desespero de meus anjos da guarda, que seus melhores poemas são os que nem sequer ainda escreveram.

Break (câmera, corte!) essa digressão impertinente. E demorada demais... Retornando de onde nem deveria ter saído, ao poema: “Entre Versos e Insônia”.

 O poema “Sergipanidade” é um épico, onde costumes e sangue se misturam para formar um povo admirável.  Vi demais?  Em “Você é a Primeira Pessoa”, revivi, sem nunca mesmo ter vivido, a história desse grande amor.  Há outros poemas que me tocaram. Vou citar mais dois (antes que acabe o espaço):  ”Resto de Dia numa Noite”, que tem a ver com o drama do poeta, a martirizante  “Insônia” (o outro).

(Publicada na Perfil ano 17, número 2)




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