CRÔNICAS SEM TIMIDEZ, Antônio
Virman, isbn 978-85-67215-12-9, editora Perfil 146 páginas.
Dentro do pacote que recebi esta
semana de Virman estavam dois livros caros à minha pessoa literária: O Crime e
Outros Contos, sobre o qual teci rápidas considerações em outro texto,
destacando uma crônica sobre minha obra,
Os Tabaréus do Sítio Saracura. E outro livro, chamado Crônicas sem Timidez,
que agora acabo de ler. Num estilo escorreito, de leitura fácil, Virman
discorre sobre religião, educação,
costumes e manias de nosso povo, política (de leve), percalços, momentos do cotidiano... Em cada crônica ele
nos dá, por conta de sua bondade e erudição, sempre uma referência cultural,
preparando o terreno para encaixar sua queixa, seu ensinamento. Boa parte do
livro compõe-se de textos publicados na saudosa revista Perfil, mas como foi gostoso
revê-los agora vestidos de festa dentro de um livro bonito. Considerações
pertinentes, lições impagáveis de vida...
Só lendo Virman para saborear como se deve.
Só lendo Virman para saborear como se deve.
E a surpresa!
Na página 60 bati-me com a crônica “E aí?”, fala da sensação do autor quando leu meu livro “Meninos que não Queriam ser Padres”, lá nos idos de 2011. Enchi os olhos de lágrimas. Mesmo conhecendo o texto da revista Perfil, foi como reencontrar uma pessoa querida depois de quatro anos distante. Quase não mudo a página, usufruindo o mel gostoso que satisfaz qualquer escritor, muito mais do que vender livros, esgotar edições. Uma homenagem, uma distinção impar, que compartilho, óbvio, com minha obra literária. Um passaporte para que ela ande melhor por aí.
Acostumado aos revezes da vida,
não recuso mais as benesses. E mesmo
que, lá no íntimo, sinta-me encabulado, um tanto constrangido, faço-me
sobranceiro e comemoro junto com os personagens que habitam meu mundo e o mundo
dos meus leitores, como confessa Virman: Florita, Zé de Pepedo, padre Leão,
entre outros.
A poetisa Cristina Cabral em uma
carta aberta que fez publicar na imprensa logo que leu o livro "Os Tabaréus do
Sítio Saracura" sacudiu-me inteiro: “mesmo sem nunca tê-lo visto, Saracura, você é um dos melhores amigos que tenho na vida. Seu livro nos aproximou e estreitou nossa amizade".
Você, Virman, é ainda mais para mim, pois já tive a honra
de vê-lo algumas vezes nessa vida corrida, conhecê-lo, além de saborear sua
poesia (nas Faldas do Parnaso) e sua prosa útil (Adjutoro, O Crime, entre
outros).
(Aracaju, 11 de novembro de 2015, por Antônio Saracura).
Nenhum comentário:
Postar um comentário