MONSENHOR
JOÃO BATISTA DE CARVALHO DALTRO, Claudefranklin Monteiro Santos (organizador), Gráfica
J Andrade, 2011,Tiragem: 1000 Exemplares, patrocínio:
Prefeitura
de Lagarto e Faculdade Ages, páginas: 52. :Il. Isbn: 978-85-64363-00-7
É um
pequeno livro, um opúsculo. Acaba de sair sob o patrocínio da Prefeitura de
Lagarto e outros mecenas. O poder público acordou para a literatura, parece, a
quem deu migalhas, quando deu. Sua fortuna é gasta com conjuntos musicais de gosto
duvidoso ou com farras secretas.
O livro de
que falo aqui é uma coletânea de artigos de intelectuais (pegos na internet, na
imprensa ou escritos para o próprio) e poemas de alunos, versando
sobre o personagem, Monsenhor Daltro, um homem célebre de Lagarto, que fez
história e mudou para melhor a vida de seus conterrâneos. Ele já não está em
nosso meio desde 1910, mas deixou marcas indeléveis. Ele é o pai dos Garcia
Moreno. Muitos de seus descendentes fazem Itabaiana ser melhor e engrandecem
Sergipe e o Brasil.
Atribula-me
o descaso que damos aos nossos grandes homens.
Jogâmo-los
na vala do ostracismo. Suas catacumbas nos cemitérios, depois que os netos se
vão (ou até antes) jazem abandonadas, como seus moradores, cobertas de mato,
deterioradas. Ou soterradas, o que aconteceu com as catacumbas do piso da Igreja matriz
de Itabaiana após uma reforma do vigário do momento (Monsenhor Eraldo Barbosa?).
Quanta história
não está sumindo definitivamente sob os escombros das igrejas jesuítas
apodrecidas e espalhadas pelos antigos canaviais de Sergipe e do nordeste
inteiro? Os grandes (homens e monumentos) da nossa terra, que agregaram orgulho
ao nosso povo, estão sendo esquecidos. Quando muito, ainda temos deles fotos
esmaecidas pelo tempo cobrindo as paredes dos Institutos Históricos e Bibliotecas
menosprezadas. Os cupíns as cercam perigosamente.
Como teremos
orgulho de nossa terra por conta apenas das futilidades contemporâneas?
Graças dou
à igreja católica que, através do Instituto da Santidade, consegue preservar
eternamente os seus militantes, os quias foram exemplo no seu tempo. Estou me referindo aos
santos, apesar de nem todos serem tão santos assim! Qual o católico que ignora
Santo Antônio, São Francisco, São Cristóvão e até São Jorge (que falam
que nem existiu de verdade)?
Graças dou
à Lagarto pela publicação dessa obra sobre o Monsenhor Daltro. Um livro justo
e, além do mais, muito bom de ler.
(Antônio
Saracura, dezembro 2012, revisão em dezembro 2017)
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