OS PROTESTANTES DE ITABAIANA, Ismael
Alves de Meneses Moura, InfoGraphics
90p. :il.; 21x15cm, edição: 2011,ISBN:
978-85-912797-0-8
O livro tem prefácio do
historiador Vanderlei Menezes, um destacado intelectual de Itabaiana, que discorre sobre o
papel dos protestantes na sociedade brasileira, desde a colônia. Pinta o autor com a tinta certa, alivia-lhe a responsabilidade, ao dizer que Ismael apenas abriu caminhos, não esgotou o assunto. Outras obras poderão surgir e aprofundar o estudo sobre o tema.
E sobre a obra em si?
Melhor seria que eu reproduzisse o
prefácio de Wanderlei. Seria de bom tamanho. Bem mais cômodo para mim,
considerando que, a bem da verdade, muito pouco tenho a acrescentar. Entretanto,
para garantir o salário virtual que revista não paga (mas recebo de meus leitores com acessos que nem meço),
apresentarei anotações rabiscadas às margens das páginas, que sempre faço em
todos os livros que leio. Alguns livros ficam tão rabiscados que me constranjo em
emprestá-los por os julgar danificados pela minha mania de dialogar com o texto lido. E peço desculpas ao dono, quando devolvo o livro que
me emprestou com mil recomendações para não amarrotar.
Os Protestantes em Itabaiana
contam a origem do protestantismo (boa revisão), como chegou a Sergipe
(pioneiros de Laranjeiras) e como entrou em Itabaiana. Descreve a miscelânea
confusa de seitas (?), os personagens que se destacaram, a começar pela
admirável família Nunes que deve ter enfrentado um tampado danado (como dizia meu pai, agricultor rude da Terra Vermelha).
E muito mais.
Mesmo contando tudo isso...
Eu gostaria que contasse também a história
épica dos protestantes das Caraíbas (tem que ser as Caraíbas de Itabaiana),
rincão dos intrépidos compradores de galinha e ovos de porta em
porta na Terra Vermelha da minha infância, que passam por “Os Tabaréus do Sítio
Saracura” e deixam sua indelével marca de um povo esperto. Por que viraram
“bodes” (cabal explicação ao insólito e injusto apelido), como resistiram à
discriminação (natural) dos católicos romanos?
Eu gostaria (se descendesse de um
evangélico pioneiro) de conhecer os nomes de todos os meus irmãos de fé, com
data de batismo, local de moradia, etc. etc.
Eu gostaria, como gostariam também
Wanderlei (o prefaciador) e Ismael Moura (o próprio autor) que o livro despertasse
novas pesquisas, desencadeasse outras publicações sobre o tema empolgante.
Quem dera possa instigar (aqui sou
eu querendo) algum ficcionista da terra a escrever um romance, que será
espetacular, pois o tema possui ingredientes apaixonantes de sobra.
O livro é referendado por uma bibliografia respeitável e ilustrado por um rico acervo fotográfico.
O livro é referendado por uma bibliografia respeitável e ilustrado por um rico acervo fotográfico.
É um opúsculo que pode ser lido em uma hora, mas merece o respeito de um grande livro.
Enriquece qualquer biblioteca. Na
minha está bem aqui, ao alcance da mão.
(Publicada na Perfil 14/10)
(Antônio Saracura, outubro 2012, revisão
dezembro 2017)
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