sábado, 16 de dezembro de 2017

OS PROTESTANTES DE ITABAIANA, Ismael Alves de Meneses Moura

OS PROTESTANTES DE ITABAIANA, Ismael Alves de Meneses Moura, InfoGraphics
90p. :il.; 21x15cm, edição: 2011,ISBN: 978-85-912797-0-8




O livro tem prefácio do historiador Vanderlei Menezes, um destacado intelectual de Itabaiana, que discorre sobre o papel dos protestantes na sociedade brasileira, desde a colônia. Pinta o autor com a tinta certa, alivia-lhe a responsabilidade, ao dizer que Ismael apenas abriu caminhos, não esgotou o assunto. Outras obras poderão surgir e aprofundar o estudo sobre o tema.



E sobre a obra em si?



 Melhor seria que eu reproduzisse o prefácio de Wanderlei. Seria de bom tamanho. Bem mais cômodo para mim, considerando que, a bem da verdade, muito pouco tenho a acrescentar. Entretanto, para garantir o salário virtual que revista não paga (mas recebo de meus leitores com acessos que nem meço), apresentarei anotações rabiscadas às margens das páginas, que sempre faço em todos os livros que leio. Alguns livros ficam tão rabiscados que me constranjo em emprestá-los por os julgar danificados pela minha mania de dialogar com o texto lido. E peço desculpas ao dono, quando devolvo o livro que me emprestou com mil recomendações para não amarrotar.

Os Protestantes em Itabaiana contam a origem do protestantismo (boa revisão), como chegou a Sergipe (pioneiros de Laranjeiras) e como entrou em Itabaiana. Descreve a miscelânea confusa de seitas (?), os personagens que se destacaram, a começar pela admirável família Nunes que deve ter enfrentado um tampado danado (como dizia meu pai, agricultor rude da Terra Vermelha).
E muito mais.
Mesmo contando tudo isso...
Eu gostaria que contasse também a história épica dos protestantes das Caraíbas (tem que ser as Caraíbas de Itabaiana), rincão dos intrépidos compradores de galinha e ovos de porta em porta na Terra Vermelha da minha infância, que passam por “Os Tabaréus do Sítio Saracura” e deixam sua indelével marca de um povo esperto. Por que viraram “bodes” (cabal explicação ao insólito e injusto apelido), como resistiram à discriminação (natural) dos católicos romanos?
Eu gostaria (se descendesse de um evangélico pioneiro) de conhecer os nomes de todos os meus irmãos de fé, com data de batismo, local de moradia, etc. etc.
Eu gostaria, como gostariam também Wanderlei (o prefaciador) e Ismael Moura (o próprio autor) que o livro despertasse novas pesquisas, desencadeasse outras publicações sobre o tema empolgante.
Quem dera possa instigar (aqui sou eu querendo) algum ficcionista da terra a escrever um romance, que será espetacular, pois o tema possui ingredientes apaixonantes de sobra.
O livro é referendado por uma bibliografia respeitável e ilustrado por um rico acervo fotográfico.

É um opúsculo que pode ser lido em uma hora, mas merece o respeito de um grande livro.
Enriquece qualquer biblioteca. Na minha está bem aqui, ao alcance da mão.

(Publicada na Perfil 14/10)

(Antônio Saracura, outubro 2012, revisão dezembro 2017)


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