sábado, 16 de dezembro de 2017

POESIAS E AMOR DE DOR, Inez Resende

POESIAS E AMOR DE DOR, Inez Resende,2011,69p. Il. 21 cm, Isbn: 978-85-912793-0-2




Alguns anos atrás, no Facebook “Itabaiana Grande”, li um poema (bons tempos!) chamado “Ruazinha” e comemorei pela lucidez que senti nele. E declarei meu sentimento na rede. Alguns navegantes “curtiram”. O poema começava com uma pergunta que me fisgou, pela simplicidade da escrita e clareza do objetivo: “Ruazinha cinzenta / Quem teu lume apagou?”.
Depois, Inez Resende, a autora, que eu não conhecia até então, postou mais poemas seus. Nem todos com o visgo de “Ruazinha”, mas também me agradaram. Um deles, “Sonho Caboclo”, fez lembrar-me “Onde a Ventura Mora” que acho um dos mais bonitos de nossa literatura, de autoria de Cleômanes Campos (sergipano de Maruim), falecido em 1968. Pela alma irmã, achei, na ocasião, que os poetas navegam em sentimentos irmãos e, os dizem, às vezes, de maneira parecida.

Na I Bienal do Livro de Itabaiana (novembro/2011) Inez Resende lançou o livro que dá nome a essa página. Eu a conheci, então, rapidamente, e ela me pareceu com seus versos, doce até na dor.

Já disse aqui antes, até repetindo o que escrevi em “Meninos que não Queriam ser Padres” (página 94), que acho a poesia um ente misterioso. Vibro com poemas que ninguém sequer percebe e abomino outros ovacionados pela intelectualidade estabelecida.
E parece que não sou só.
Na página 496 do livro “Fernando Pessoa – Quase uma autobiografia” estão duas opiniões aparentemente antagônicas a respeito de Teixeira Pascoaes, poeta então consagrado (falecido em 1952) e diretor literário da revista “Águia” (que circulava à época em Lisboa). Júlio Brandão (simbolista de renome, falecido em 1947) considera o poeta Teixeira “uma bexiga de porco a rebentar de vaidades”, enquanto, Fernando Pessoa (badalado com todos os badalos, falecido em 1935), tem-no como “o maior poeta lírico da Europa atual”.

Xxx

Fiquem avisados os leitores (alguém ainda me segue?) que minha opinião não passa da expressão íntima de meu gosto rude, quiçá equivocado. E dentro desse meu equívoco duvidoso, relaciono alguns poemas do livro (eterno) “Poesias de Amor e Dor”, que os senti lúcidos, sonoros, úteis:

Ruazinha (sobre o qual não mudei de opinião),
Faltou Coragem,
Um Amor Assim,
Sonhei,
Maldita Guerra,
Felicidade...

Do último, transcrevo a estrofe final para o leitor reter:

“E nesse torpor, encho de suavidade os meus dias!
E assim vou vivendo nessa fantasia.
Descobrindo a beleza onde antes não via.
Encontrando a felicidade onde pensei que não existia.
Podendo ter certeza de que ser feliz
É renascer a cada novo dia!”.

Antônio Saracura, junho 2012, revisão em dezembro 2017)

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