sábado, 21 de novembro de 2020

CINCO PEQUENOS LIVROS: Meu cobertor de Lã e outros.

 

CINCO PEQUENOS LIVROS: Meu cobertor de Lã, O Homem meu pai, Memórias em retalhos, Meu nome e Marleide, Procurando o Pequeno PrÍncipe.

 


Eu gosto de livros simples. Sem enigmas, sem artefatos literários difíceis de penetrar. Gosto de livros onde os autores contam apenas o que sabem, narram aventuras que viveram, descrevem seus rincões. Sem interpretações tendenciosas, sem ensinamentos forçados, sem lições de moral. Entrego-me a esses livros de corpo e alma. Choro, vibro, comemoro, rio. E nem ligo para as pequenas falhas técnicas na escrita, na impressão, em qualquer lugar. Relevo.

E, ao final da leitura, quedo-me gratificado por ter tido a chance de conhecer uma alma sem subterfúgios, ter assistido a um drama real, bebido a água límpida da natureza sem a química acadêmica.

Antes que alguém me interprete erroneamente, gosto também de textos elaborados, ricos de imagens, quando sinto que o autor o teceu desse jeito para melhor comunicar, nunca para impressionar. Admiro os autores que se esforçaram para fazê-los tão lindos, que lapidaram o diamante com tal empenho. 

Mas voltando aos primeiros livros, os simples.

Falarei rapidamente de alguns (há dezenas),  de autoria de sergipanos, que li recentemente (ou a algum tempo) e que são joias preciosas, para quem gosta da fruta:

Meu Cobertor de Lã, editado em 1985, de autoria de Benjamim Fernandes Fontes. Conta a infância e a juventude do eminente boquinense e homem público que ocupou cargos importantes no Estado. Nas suas páginas, aprendemos muito da vida de Sergipe, dos engenhos de Boquim e arredores, a faina diária do campo. O livro extrapola as memórias, sendo um documento de uma época, uma fonte de pesquisa, vez que se envolve em nossa história oficial. Figuras ilustres da época interagem com o autor, que era ilustre também.

O Homem, meu Pai, (Veja a resenha neste blog).

 Memórias em Retalhos, 2009,de autoria Perolina Mariani Bensabath. Uma sergipana que constituiu família na Bahia, casando com um estudante de medicina que depois se tornou o célebre doutor Bensabath. As alegrias, as tragédias. O capítulo que trata da fixação do médico em Itapetinga é rico em costumes (quem é que sabia que as parteiras enchem as vaginas das mulheres,  se o parto se complica, complicado de pó de café, alho esmagado e ervas medicinais?). O tratamento dos piolhos e das bernes incrustados nas mansas cabeças do povo do mato chega a ser antológica. Lembrei-me de doutor Ormeil de Itabaiana, com o seu “Fatos da Vida”.

Meu Nome é Marleide Monteiro, 2010, de autoria de Marleide Monteiro. O Brasil inteiro a viu no programa de Jô Soares. Os grandes jornais publicaram páginas, na sequência, sobre essa mulher especial. Eu fui a Itabaiana, ao Clube dos Diretores Lojistas, para conhecer a ceboleira de fibra (como quase todos os ceboleiros). Ela soube sempre vender o seu peixe. Hoje é uma empresária de sucesso em São Paulo e suas lojas de chá e bolos têm lugar reservado em qualquer shopping Center do País. Impossível não se emocionar com a leitura deste pequeno livro que narra uma grande história. Impossível não se apaixonar mais ainda por Itabaiana.

Procurando o Pequeno Príncipe (Veja a resenha neste blog),


(Antônio FJ Saracura, Aracaju 04 de fevereiro de 2011, recuperada em novembro de 2020).

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