domingo, 22 de novembro de 2020

LAGARTO EM VERSO E TROVA, Assuero Cardoso Barbosa

 

LAGARTO EM VERSO E TROVA, Assuero Cardoso Barbosa, Gráfica J. Andrade, 2013,Sem isbn

 


Há uma pequena semelhança com “Mensagem” de Fernando Pessoa, onde é cantado Portugal e sua epopeia nos mares, e este “Lagarto em verso e trova ” de Assuero Cardoso. Pode nem haver, mas eu senti que houvesse, ao ler o poema “Lagarto...”

Assuero é um poeta reconhecido pela bela poesia que escreve e que as pessoas entendem e aplaudem.  

Eu, de minha parte, estou satisfeito em ter Assuero como poeta de minha terra. E nem me incomodam paralelos com outros poetas, como Fernando Pessoa, por exemplo. Os poemas de Assuero cantam a epopeia de seu povo lagartense, desde a aldeia do Santo Antônio. E eu sou meio lagartense, pois minha esposa é de lá. E mesmo que não fosse, poesia não se guarda fechada, não tem pátria,  é universal.     

O autor diz, no prefácio, que o livro foi composto para crianças (para a escola). Para lhes ensinar a se orgulharem de sua terra, digo eu. Mas pode servir para adultos (volta a dizer o autor), porque contem pedaços de nostalgia de um Lagarto que já não existe mais, que sobrevive na lembrança de uns poucos.

E os poemas vão discorrendo suaves, sonoros, bons de se ler e de ouvir.

Falam de geografia, falam de origem. Falam de jeito de ser, do folclore cultivado (como é rico o folclore de Lagarto!), das artes plásticas, da literatura (Silvio Romero, Laudelino Freire, Anibal Freire... e os vivos tão brilhantes quanto), da música (quem não vibrou com os trompetes de Los Guaranís?), das comidas típicas (a culinária indígena intacta e prestigiada, haja vista a maniçoba), de muito, muito mais.

E o livro termina com uma estrofe, que preciso divulgar aqui:


“Somos tantos e tantas outras coisas

A mais do que se pensa ou se escreve,

Somos um passado no pêndulo do esquecimento,

Somos um povo duro e leve,

De memória longa e breve,

Buscando a paz e a poesia sobre o tempo”.

 

 (Por Antônio Fj Saracura, Aracaju 13 de julho de 2014, recuperada em novembro de 2020)

 

 

 

2 comentários:

  1. Gratidão pela bela postagem. Um grande abraço, e viva o artista sergipano!!!

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