sexta-feira, 27 de novembro de 2020

O FUTURO DA HUMANIDADE, Augusto Cury

 

O FUTURO DA HUMANIDADE, Augusto Cury, Editora Arqueiro, Isbn 9 788 575 421 628

 


O professor Calos Leite, aquela “mãe” de professor que cito em meu livro “Meninos que não Queriam ser Padres” me presenteou com o livro, “O Futuro da Humanidade”, nesse natal de 2012. E duas ou três vezes, nos dias seguintes, me perguntou se eu já o lera, demonstrando que fazia questão que me empenhasse em fazê-lo. Como se, me dera uma oportunidade rara e cuidava para eu não deixar escapar.  Eu senti assim e, então, decidi desobedecer a fila mais desobedecida do mundo que é a de livros esperando serem lidos que mantenho.

Esse Augusto (o autor de “O Futuro da Humanidade”) que tenho confundido com Alberto (radialista e homem de televisão), com Jorge (narrador esportivo de renome) e com Ivon (cantor de relativo sucesso) é um escritor consagrado, à la americanos best-sellers, pois  já vendeu mais de dez milhões de livros no Brasil, conforme está escrito na testa deste. Feito  aparentemente inacreditável, pois talvez vença o padre católico Marcelo Rossi e o bispo da igreja universal do reino de Deus, Edir Macedo. 

Se um escritor consegue vender tanto livro, sem ter Deus fazendo o marketing, deve ter méritos. Se as pessoas compram seus livros é porque a leitura agrada, pega. Se o doutor Carlos Leite, que sei que me preza, deu-me este presente, foi porque achou que era um bom presente, que eu merecia.

Li e achei o livro útil.

Deu-me claras noções do papel da psiquiatria e da psicologia no mundo médico. Preparou-me para ler melhor Freud, de Peter Gay, que está na fila e será o próximo, se não aparecer algum falando mais alto. A trama que recobre a teoria que o autor transmite não é cansativa, se bem que bastante óbvia. Mas porque eu cobraria originalidade de um autor comercial, que escreve livros como distribui sorrisos? Marco Polo (o personagem central do romance) tem uma vara mágica. Em tudo que se mete gera sucesso. Os dissabores da vida, tão comum nos romances, passam longe.  Há apenas dificuldades amenas, como as dos filmes românticos de nobreza que terminam com o casamento da princesa com o príncipe e que viverão felizes para sempre. Mas é preciso que uma história tenha que ser sofrida para ser verossímil?  

O “Futuro da Humanidade” é um título pretensioso e segue uma receita que gera best-selers no mundo todo, especialmente nos EUA, como “A Cabana” (William P. Young).

Talvez esteja aí a receita do sucesso editorial.  E sucesso que os escritores brasileiros (e sergipanos, entre os quais, eu) reclamam nunca conseguir.

(Aracaju, 17 de janeiro de 2013, Antônio FJ Saracura, recuperada em novembro de 2020).  

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