HISTÓRIA DE SERGIPE (O
livro), Acrísio Torres Araújo, 1967, J. Andrade, 78 páginas
Acrísio Torres Araújo,
um cearense e imortal da Academia Sergipana de Letras, faleceu em 2016, em
Brasília, onde vivia com a família. Era então aposentado pela UNB onde foi titular da cadeira de Moral e Cívica.
Este livro, quase um
opúsculo, História de Sergipe, publicado em 1966, três anos após
o autor ter migrado do Ceará/Piauípara Sergipe, circulou por um bom tempo, foi adotado por escolas, mas sumiu há mui5o do mercado. Apenas as
bibliotecas guardam exemplares rotos, hoje. É um dos poucos livros (quase todos
fora do mercado) que conta a História de Sergipe.
Afora ele, salvo melhor
pesquisa, há “Sergipe Sociedade e Cultura” do professor Antônio Wanderley e outros,
de 2007, edição do autor, 176 páginas. É mais um livro-apostilha de aula, de inquestionável
utilidade, mais focado na cultura do povo.
Há mais outro, este fora de circulação, de Antônio Risério, “Uma História do Povo de Sergipe”, 2010, 612 páginas (resenhado aqui neste blog) e queimado pelos patrocinadores (O Estado de Sergipe), se ouviu falar, foi condenado pela intelectualidade de plantão após impresso. Apenas alguns privilegiados possuem um exemplar (chamuscado).
As demais Histórias de Sergipe escritas e publicadas são de autoria de Pires Wine (1972), Elias Montalvão (1930), Laudelino Freire (1900), Felisbelo Freire (1891). O tempo as sugou, nem mais suas almas (das obras e dos autores) suspiram nos cemitérios de Sergipe. As edições que saíram eventualmente tiveram caráter restrito, atendendo a grupo de privilegiados.
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E como as pessoas procuram nas livrarias uma História de Sergipe!
Digo, porque trabalho uma vez por semana, nas livrarias, divulgando a nossa literatura, desviando atenções para as prateleiras escondidas onde residimos. Indico Ibarê Dantas e Samuel Albuquerque, cito Thétis Nunes e Ariosvaldo Figueiredo (seus livros não mais circulam). Todos tratam de segmentos estanques. As pessoas querem uma obra que junte e interligue estas partes, que apresente a História de Sergipe condensada e consolidada.
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Mas retornando ao livro
de Acrísio Torres Araújo e à História de Sergipe...
Tenho aqui comigo, pois
comprei para meu uso quando foi impressa, e ainda o livro era menor ainda (42 páginas).
A obra (o autor era professor em colégios da cidade) pretendia servir aos terceiro
e quarto anos do primário de então. Consta na capa: aprovado pelo Conselho
Estadual de Cultura. Foi impresso pela editora J. Andrade, estabelecida à rua Divina
Pastora, 531. Tem prefácio de Áurea Melo, que conheci no meu tempo de
jovem, no Seminário Arquidiocesano e a cito em OS Tabaréus do Sitio Saracura, página
236, sem explicitar o nome apenas o cargo (Inspetora do MEC). E também na página
32 de Meninos que Não Queriam ser Padres, desta vez, anotando o nome.
História de Sergipe de
Acrísio está dividida em blocos:
Sergipe capitania
(1550-1822);
Sergipe província
(1822-1889);
Sergipe Estado
(1889-1930);
Sergipe Estado (1930-1945);
Sergipe Estado (1945 –
até agora, 1967).
Cada bloco divide-se em
partes menores onde são descritos fatos, de maneira singela. Cada um ocupa em
torno de página e meia. Há gravuras (de autoria de Maria Clara) que tornam mais
simpática a leitura.
Ao circular o livro,
como aconteceu com o de Antônio Glicério, provocou reação contrária da intelectualidade.
Conta-se que Thétis Nunes, a grande história da Universidade, escreveu um
artigo apontando falhas. Acrísio era jornalista e mantinha colunas diárias nos
jornais. Defendeu-se e, na defesa, sugeriu que a professora, em vez de ficar
olhando defeitos na obra de um simples professor primário, escrevesse livros contando
o que sabia de nossa história, pois Sergipe precisava muito.
A professora sentiu a
fisgada e dedicou sua vida, a partir de então, em produzir a bela literatura
consistente de que Sergipe hoje dispõe. Um efeito colateral da ousadia da
ousadia do professor cearense.
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Repetindo... precisamos de uma História de Sergipe, para adultos e crianças, que venha até
dos dias de hoje.
(Bibliografia):
FREIRE,F. História de Sergipe (1575-1855). Rio de
Janeiro: Tip.Perseverança,1891.
FREIRE, L. História de
Sergipe – resumo didático para o uso das Escolas Públicas Primárias. Aracaju:
Tip. do “Estado de Sergipe”, 1900.
MONTALVÃO, E.R. Meu
Sergipe: ensino de História e Geografia. Aracaju: Tip. Comercial, 1916.
http://www.snh2015.anpuh.org/resources/anais/37/1407180157_ARQUIVO_CELESTINO.pdf
(não deixe de ler).
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