sábado, 28 de novembro de 2020

O LOBO DA ESTEPE, Hermann Hesse

O LOBO DA ESTEPE, Hermann Hesse, edição Best Bolso, 3. Edição, 2010,250 páginas, ISBN 978-85-7799-107-5

 


Este não foi o primeiro livro célebre (ou escrito por um escritor consagrado) que não consegui ler até o final. “Ulisses”, de James Joyce, foi outro. “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, só consegui ler inteiro quando resolvi começar pela parte final, A Guerra. Antes encovara na Terra mais de cinco vezes.

“Mad Maria” de Márcio Souza, que comprei na semana passada,  não cheguei do meio, fui obrigado abandoná-lo. Entretanto, nos idos de 70, me apaixonei por “Galvez o Imperador do Acre” do mesmo autor. Li de um fôlego.

Em “O Lobo da Estepe” cheguei à página 80. Achei repetitivo, mastigado e não engolível, cheio conceitos muito intelectuais e que me pareciam redundantes.

Talvez um livro escrito com preguiça, sob efeito de drogas ou de demência. Que me desculpe o prêmio Nobel de Literatura de 1946, que me encantou com “O Jogo das Contas de Vidro”.

Desse “O Lobo da Estepe” só sublinhei uma frase na página 65, falando do burguês; “temeroso a qualquer entrega de si mesma, (...) Por isso, colocou, no lugar do poder: a maioria; no lugar da autoridade: a lei; no lugar da responsabilidade: as eleições”. 

Bateu com um pensamento que tenho externado aqui e ali, quando surge uma oportunidade, a respeito das manhas dos “bons”; quero dizer, da classe média dominante, designando terceiros (entidades) para cuidar das tarefas ingratas que naturalmente lhe cabia.

Li o Posfácio e tive uma agradável surpresa. Boa justificativa para minha tristeza. O Autor se explica buscando salvar o lobo da desgraça, talvez preocupado com as queixas de leitores. Parece que não fui o único a abandonar o livro e reclamar.

Sei que posso ser contestado veementemente pela intelectualidade de plantão.

Que seja!

O New York Times, em texto na capa do próprio livro, já me desmente chamando-o de “um romance célebre sobre o que pode afligir a alma humana e também uma crítica cruel à sociedade burguesa”

Que seja outra vez!

(Aracaju, 20 de maio de 2014, Antônio FJ Saracura, recuperado em novembro de 2020)


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